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Resultado do Santander mostra que guerra das maquininhas está longe do fim
Os efeitos da guerra das maquininhas parecem estar longe do fim. O Santander divulgou, nesta terça-feira, queda nas receitas provenientes de cartões e serviços de adquirência no primeiro trimestre. “Vemos aumento da competitividade, principalmente no lado das operações de crédito, e a tendência para adquirentes continua sendo negativa”, explicou Angel Santodomingo, diretor de relações com investidores, em teleconferência com analistas.
De fato, houve um recuo de 14,5% no faturamento na linha de cartões e serviços de adquirente em relação ao mesmo período de 2019 e uma queda de 11,7% ante o quarto trimestre do ano passado. “Estamos vendo queda de 30% a 40% da transacionalidade pelo isolamento social e pela capacidade reduzida das pessoas de interagirem com consumo, então, talvez para essa parte dos negócios abril seja um mês ainda mais duro”, acrescenta o executivo, sobre as medidas de distanciamento adotadas para evitar a disseminação da pandemia do novo coronavírus.
Receitas |
1o tri 2020 (em R$ milhões)
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1o tri 2019 (em R$ milhões)
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Variação 12 meses |
1o tri 2020 (em R$ milhões)
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4o tri 2019 (em R$ milhões)
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Variação 3 meses | |
Cartões e serviços de adquirente
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1.401
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1.639
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-14,50%
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1.401
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1.586
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-11,70%
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Fonte: Santander
O Brasil possui 28 adquirentes e 37 subadquirentes, apesar de boa parte do mercado estar concentrado nas mãos de cinco grandes companhias. Uma das formas mais usadas para se destacar frente a concorrência tem sido a oferta de preços competitivos, segundo relatório do banco UBS, que acompanha os dados de 11 participantes do mercado. “Também achamos que os recursos de valor agregado e as ofertas bancárias de produtos e serviços podem ser um diferencial”, escrevem Mariana Taddeo, Kaio Prato, Gustavo Oliveira e Gabriela Katayama, analistas do UBS.
Na média, os valores cobrados de POS (custo das maquininhas) se mantiveram em 280 reais em março e abril, no entanto, em relação a abril do ano passado, houve aumento de 6%. Já os custos médios por transação (MDR) no débito variaram de 1,72% em abril de 2019, para 1,44% em março de 2020 e para 1,64% em abril de 2020. Já no crédito passaram de 3,59% em abril de 2019, para 2,94% em março de 2020 e para 3,44% em abril de 2020. Para base de comparação, a GetNet (do Santander) cobra 2% de novos clientes tanto na modalidade de débito quanto na de débito – segundo levantamento do UBS, esse preço é promocional.
A guerra das maquininhas tem sido disputada principalmente em relação à antecipação de recebíveis. Nesse front, há uma diferença de cerca de 108 pontos percentuais em média entre as taxas cobradas em transações de crédito sem parcelamento com liquidação em 30 dias e com liquidação de até dois dias. A Rede é a única adquirente que continua oferecendo antecipação em dois dias sem custo para compras no crédito em uma única parcela, com MDR de 3,49%. O SafraPay agora está cobrando 1,89% de MDR pela transação de crédito a ser liquidada em 30 dias (anteriormente era gratuito) e 2,99% no mesmo dia (de 4,50% anteriormente).
Já no que se refere à satisfação do cliente, como as reclamações no Reclame Aqui são feitas principalmente por indivíduos, MEI (microempresário) e PME, o Mercado Pago e o PagSeguro costumam ter maior número de notificações. Segundo o UBS, a percepção do serviço ao cliente é sólida na Cielo, SumUp, Stone e iZettle, com pelo menos 80% dos clientes que “voltariam a fazer negócios com esta empresa”. Em termos de pontuação de atendimento ao cliente, Stone, SumUp e Stelo estiveram no topo nos últimos seis meses, enquanto o iZettle mostrou a maior eficiência, com um tempo médio de 1,1 dias para responder às reclamações dos clientes.
“Analisamos as tendências de pesquisa do Google para cada um dos adquirentes para avaliar o reconhecimento da marca entre os clientes. Observamos o melhor desempenho de pesquisa do Stone, SafraPay e iZettle durante o último mês. Por outro lado, SumUp, Getnet e Rede mostraram as piores tendências nas últimas semanas”, escrevem os analistas.
Fonte: Exame