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Exército: Cabo denuncia assédio sexual e é indiciado por permitir ato libidinoso


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Um cabo do Exército Brasileiro passou de vítima a indiciado após denunciar um sargento, Ricardo Godoi, por assédio sexual. O caso aconteceu no Rio de Janeiro, no ano passado. A vítima gravou a conversa em que o militar faz as investidas e divulgou o material após ser indiciado por crime militar.

O caso veio à tona nesse domingo (14) em uma reportagem exibida no Fantástico, da TV Globo, que também mostrou trechos do áudio. A investida teria acontecido em um prédio onde residem generais militares, na Urca, no Rio de Janeiro. O sargento era responsável pela administração do edifício e o cabo fazia a segurança do local quando foi chamado por ele para conferir um apartamento que estava vazio. “Eu não vou fazer nada não, só um pouquinho. Passei a chave na porta. Ninguém vem pra cá agora, não”, diz a voz de Godoi.

Esta, segundo o cabo, foi a primeira vez em que ele sofreu esse tipo de assédio do sargento. Questionado sobre o por quê de ter gravado a conversa logo de primeira, ele respondeu que já tinha ouvido boatos de que o sargento assediava outros militares aquartelados. “Então, a primeira oportunidade que eu desconfiei que seria algo fora de serviço, eu consegui gravar esse áudio”, justificou.

Em outro trecho, Godoi oferece recompensas pelos atos libidinosos, entre dinheiro e benefícios no Exército. Segundo o cabo, ele provocou o sargento para que tivesse provas suficientes sobre o que ele fazia no aquartelamento.

O áudio foi gravado em julho de 2020 e, no mesmo dia, conforme relatou o cabo, foi levado a superiores no Exército. No entanto, a denúncia não surtiu efeito rápido o bastante para evitar uma nova investida do sargento. Em um novo encontro, também gravado pelo cabo, Godoi diz: “Você tem uma coisa que eu adoro, sabia? Uma coisa que eu gosto”. Segundo o cabo, nesta segunda vez, o sargento abriu o zíper da calça e colocou a mão sob a cueca do rapaz.

Investigação

O caso está sendo investigado pelo 1º Batalhão de Polícia do Exército e, segundo documentos do processo mostrados pela reportagem, contém depoimentos de testemunhas que reforçam o comportamento assediador do sargento.

Godoi, por sua vez, negou os crimes e disse que não reconhecia a voz na gravação. No entanto, em acariação com o cabo, ele afirmou que teria colocado a mão na coxa do rapaz, que disse que “nada é de graça”. Sobre o segundo episódio, ele admitiu ter colocado a mão sob a cueca do colega, mas disse que o colega permitiu o contato físico.

Ambos os militares foram indiciados. O sargento por praticar atos libidinosos e o cabo, por permitir. O rapaz nega que tenha cedido a qualquer investida do superior. “Eles estão querendo virar o jogo contra mim, por ele ser um superior”.

Procurado pela reportagem do Fantástico, o Exército afirmou que foram adotadas as medidas cabíveis, mas não quis informar sobre o andamento da investigação, que agora será feita num inquérito policial militar. Caberá, então, ao Ministério Público Militar definir quem será denunciado e por qual crime.

A defesa de Godoi também foi procurada e não retornou contato.

Fonte: O tempo

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