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Espaçolaser vê melhorias operacionais mas ainda registra prejuízo líquido no 4º trim.


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Tentando se recuperar depois de forte queda nas vendas, a Espaçolaser (ESPA3) ainda não conseguiu deixar a última linha no azul, mas comemora as mudanças que fez ao longo de 2022 e também a sorte com que contou.

“Ano passado foi o momento certo de fazer a renegociação da dívida e alongar. O que temos agora é um prazo que nos dá um pouco mais de conforto e nos permite falar de melhorias operacionais”, diz Paulo Camargo, CEO da companhia de depilação a laser, que tem entre os sócios a apresentadora Xuxa.

No quarto trimestre, a Espaçolaser registrou prejuízo líquido contábil de R$ 16 milhões, revertendo o lucro registrado um ano antes. Se considerados ajustes, o prejuízo líquido foi de R$ 12 milhões. No ano, o prejuízo líquido acumulado é de R$ 51,4 milhões.

A receita líquida no trimestre somou R$ 256,2 milhões, 2,9% mais do que um ano antes, enquanto avançou 9% em todo 2022, para R$ 931,4 milhões. As vendas totais da rede aumentaram 16,7%, com recordes históricos de vendas em todos os meses do trimestre.

O destaque é o indicador de vendas nas mesmas lojas passando para o território positivo e crescendo 8,7% no trimestre. Dessa forma, no ano de 2022, as vendas da rede totalizaram R$ 1,4 bilhão, novo recorde de vendas com avanço de 13,8% na comparação anual.

Mas, segundo Camargo, esses números não se refletem ainda na linha de receita líquida e no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) porque o reconhecimento contábil das vendas pode levar até 11 meses. O Ebitda somou R$ 33,8 milhões, 39% menos do que no mesmo trimestre de 2021.

“Estamos enchendo o pote e reduzindo despesas, então estamos nos aproximando para margens Ebitda do passado”, diz o executivo, destacando que 2023 segue com números de vendas fortes, inclusive superando 2022.

A venda é o “primeiro drive” para a volta da rentabilidade, mas, ao mesmo tempo, a empresa tem adotado várias iniciativas de otimização das despesas, conta Camargo. Um dos exemplos é a redução em 10% das despesas gerais e administrativas. Por exemplo: o número de diretores regionais passou de oito para seis e o de gerentes de campo, de 70 para 60.

Melhora de rentabilidade e da saúde financeira

A expectativa de melhoria da rentabilidade vem de algumas mudanças de posicionamento da Espaçolaser desde o último semestre, com ações que vieram com a mudança do comando executivo. Antes, por exemplo, o cliente era atraído para a base ganhando algumas sessões grátis. Agora, explica Camargo, a estratégia está em fazer um tíquete menor, o cliente entra pagando menos, mas paga todas as sessões.

Também há outras apostas. O aplicativo foi atualizado para o cliente não precisar passar por 22 telas para fechar o pacote. Agora são quatro. Já a principal mudança está na segmentação. “O Brasil vai ter cinco cluster de preços.”

Ainda assim, não é possível fugir da realidade. Mesmo o mercado sendo subpenetrado e tendo para onde crescer, há impacto da inadimplência crescente entre as famílias por causa dos juros altos. Para lidar com isso, a companhia vem reduzindo seu prazo de pagamento. Hoje são 14 meses, mas esse prazo vai ficar menor.

Do ponto de vista da operação, o caminho vai ser diminuir investimentos. “Temos de ser muito responsáveis na gestão do caixa. É o momento de cuidar do caixa”. Em 2022 já abriu mais franquias do que lojas próprias, mas em 2023 o foco vai estar totalmente na operação franqueada para preservar caixa.

“Conforme vamos melhorando a rentabilidade essa alavancagem vai reduzindo junto com a melhor gestão de despesas”, diz o diretor financeiro, Leonardo Correa. Segundo ele, a relação dívida líquida sobre Ebitda tem de ficar entre duas vezes e 2,5 vezes. Atualmente está em 3,1 vezes.

Fonte: Exame

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