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Câmara aprova antecipação de dois feriados na cidade de São Paulo


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A Câmara Municipal de São Paulo aprovou nesta segunda a antecipação do Corpus Christi (celebrado em junho) e Consciência Negra (novembro), para quarta e quinta (21). A sexta (22) será ponto facultativo.

O projeto foi aprovado por 37 votos favoráveis, 14 contrários e uma abstenção. A matéria entrou como substitutivo de outro projeto que já corria, que trata sobre emprego para mulheres vítimas de violência. Por isso, não precisa de outra votação.

Sem adotarem medidas mais duras como o ‘lockdown’ enquanto as UTIs vão lotando, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o prefeito da capital paulista, Bruno Covas (PSDB), anunciaram nesta segunda-feira (18) a antecipação de feriados, que podem criar um megaferiado de seis dias na cidade de São Paulo a partir de quarta (20).

​O prefeito também afirmou ter pedido a Doria para adiantar o feriado estadual de 9 de Julho, no que foi atendido. Doria mandará à Assembleia Legislativa projeto para antecipar o feriado para segunda (25).

Com a aprovação deste segundo projeto, o feriadão começaria na quarta e terminaria na segunda.

O anúncio foi feito durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, na zona oeste de São Paulo.

A medida foi tomada porque índices de isolamento social costumam ser maiores em feriados e finais de semana, e seguem abaixo de 50% em dias úteis. No sábado (16), a capital teve uma taxa de 52% e o Estado, de 50%. No domingo, a capital atingiu 56% e o Estado, 54%.

A lotação das UTIs na capital paulista é de 91% e a avaliação é que a cidade caminha para ter o seu sistema de saúde saturado. No domingo (17), o prefeito Covas afirmou que não conseguiria tomar a medida de implantar o “lockdown” sem o governo estadual, o que soou como um apelo a Doria.

O governo de SP está articulando com outras cidades do Estado para que feriados municipais também sejam antecipados nestes municípios, para a próxima semana, provavelmente nos dias 26 e 27.

O anúncio foi feito após o fracasso do megarrodízio na capital, uma vez que o índice de isolamento não subiu, ficando abaixo de 50% nos dias úteis. Outra medida de Covas, a criação de bloqueios em corredores da capital, deu errado também.

Covas ressaltou que houve criação 840 leitos de UTI e que outros 870 passarão a funcionar até o fim do mês. “Apesar de todo esse esforço, chegamos no dia de ontem a uma ocupação de 76% de enfermaria e 91% dos leitos de UTI”, disse.

Doria iniciou a coletiva fazendo um discurso em que tenta desconstruir a tese de que a quarentena é o que afeta a economia. “Para vencer a crise, temos que vencer o coronavírus. O inimigo da economia não é quarentena, é a pandemia”, disse.

No entanto, o tucano puxou o freio ao ser questionado sobre o ‘lockdown’, já adotado em outras cidades e Estados. O governo afirma que há um protocolo para isso, mas não dá detalhes qual será o critério exato para isso, embora já tenha indicado que o Estado está próximo de atingi-lo, devido à lotação nas UTIs e ao alto grau de contágio.

Lockdown

O governo afirmou que “lockdown”, uma restrição mais intensa que a quarentena, é uma medida que deve ser usada se o sistema de saúde for nocauteado.

“‘Lockdown’ significa atestado de falência do sistema público de saúde. Quando você decreta o ‘lockdown’, é que você perdeu a capacidade de enfrentamento da epidemia. Não estamos ainda neste momento”, disse o coordenador do comitê contra coronavírus, Dimas Covas.

“Se num determinado momento os sistema de saúde for nocauteado, todos os países adotaram o ‘lockdown’ como medida extrema para recuperar a capacidade de atendimento. É uma medida extrema, não é preventiva, é uma medida que você toma quando seu sistema for, eventualmente, nocauteado”, acrescentou.

Doria afirmou que é preciso tomar cuidado com o uso desta medida. “Decisões precipitadas nós não tomamos, sobretudo num tema como esse do ‘lockdown’. A população talvez não saiba o que é o ‘lockdown’. É uma situação infinitamente mais dura do que a quarentena. É preciso ter cuidado com isso”, disse Doria.

O governador afirmou que é preciso aumentar o número de leitos para evitar que se chegue a essa situação. “Não podemos simplesmente adotar essa medida como algo confortável para a saúde. Temos que reforçar o sistema público de saúde, aumentar os leitos. A situação está sob controle. Não temos nenhum risco neste momento. Pelos dados que dispomos ainda estamos dentro de uma margem segura que não estabelece colapso.”

Questionado posteriormente se o governo esperará o sistema colapsar, Doria afirmou que não vai esperar a situação chegar a esse ponto. “Estamos trabalhando para não haver o colapso”, disse.

Doria voltou a entrar em choque com o governo federal, agora a respeito da questão da cloroquina. “Não se prescreve receita por decreto. Portanto, São Paulo não vai aceitar que por decreto se estabeleça receituário médico”, disse.

Dimas Covas afirmou que existe uma quantidade importante de estudos publicados por revistas conceituadas que mostram que a a cloroquina “não é uma bala de prata”. “Pode ser usada? Sim. É uma indicação do médico para caso específico de paciente. E assim mesmo ela tem riscos que precisam ser informados ao paciente”, disse.

O governador também criticou o governo federal por não mandar equipamentos, como respiradores, para o combate ao coronavírus no Estado, epicentro da epidemia.

Fonte: O tempo

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