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Bilyk: é normal sonhar com alta da bolsa, mas às vezes é bom ficar vendido


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“Não existe fórmula mágica de multiplicação de capital.” O recado de Paulo Bilyk, CEO e diretor de investimentos da gestora Rio Bravo e sócio da Fosun Hive, serve para todos os investidores, mas é endereçado especialmente aos novatos na bolsa de valores. Cerca de 500.000 pessoas entraram no mercado acionário neste ano e, assim como os demais, foram surpreendidas por uma crise econômica sem precedentes.

A solução, segundo o especialista, é montar um portfólio diversificado com participação em fundo de renda imobiliária, crédito e ações, além de papéis que protejam contra inflação. “A recomendação é ir corrigindo os percentuais na margem a cada três ou seis meses”, afirma, durante live realizada nesta terça-feira pela EXAME Research.

“Muitos bons gestores levam a sério a realidade prática: vá até a loja da empresa que você tem ação. Tome cerveja da Ambev, compre roupa da Hering ou o perfume da Natura e veja se vale a pena”, explica.

Bilyk diz que a retomada brasileira não será em “V”, como o ministro da economia, Paulo Guedes, costuma dizer. “Não resolvemos os obstáculos atrelados à produtividade. Sairemos da crise um país mais endividado, com uma taxa de juros mais baixa”, afirma. “O Brasil agora tem desafio de implementar uma agenda pró-reforma, a não ser que queiramos ser um país de classe média baixa e com baixa taxa de crescimento.”

Com um quadro econômico que uns chamariam de pessimista – e outros de realista -, Bilyk alerta os investidores que “às vezes, é bom ficar vendido”, apesar de ser natural esperar que a bolsa siga uma trajetória de alta. Para ele, é importante ficar atento ao descasamento da economia real e das ações na hora de escolher o portfólio de papéis.

“Como temos sócios chineses [Fosun], sabíamos que era inexorável que a pandemia chegaria até a gente e, desde o fim de novembro e início de dezembro, nos preparamos. No começo de março, Gustavo Franco [sócio da Rio Bravo] me disse que o PIB cairia para baixo de 7% neste ano”, comenta. 

Nesse sentido, o gestor deu preferência a ter dinheiro em caixa a ficar posicionado em ações, por exemplo. “Também nos desfizemos de papéis de [empresas] que poderiam sofrer interrupção no fluxo de renda, como shoppings.”

Entre as oportunidades no mercado, Bilyk aponta para o crédito privado que deve apresentar yields atraentes. “Somos otimistas com crédito de infraestrutura, um setor que foi bastante distorcido nos últimos anos com a atuação do BNDES. Há bastante interesse por parte do mercado privado em participar desse segmento, desde que haja previsibilidade jurídica e uma regulamentação clara.”

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Fonte: Exame

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