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Via Varejo supera Vale e Itaú em volume de negócios na bolsa


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Dona das marcas Casas Bahia e PontoFrio, a Via Varejo vale cerca de 9 bilhões de reais em valor de mercado. Embora o montante seja insuficiente para colocá-la entre as 40 empresas mais valiosas do Ibovespa, principal índice do mercado brasileiro, o volume de negociação de suas ações está entre os maiores da bolsa.

A média diária do volume negociado das ações da Via Varejo dos últimos três meses gira em torno de 72,5 milhões de reais. A quantia, que só é menor do que a da ação preferencial da Petrobras, supera em mais de duas vezes a média do volume diário dos papéis da Vale, que é de 33 milhões de reais. O volume também é maior do que os dos grande bancos. Entre eles, a ação mais negociada é a do Itaú, com volume médio de 40,3 milhões de reais.

O pico de negociação das ações da Via Varejo se deu em março, quando a média diária foi de 93,7 milhões de reais, superando em mais de 900% os 10,71 milhões de reais registrados no mesmo período do ano passado. 

Um dos fatores que ajudam a entender esse movimento é a recente turbulência nos mercados globais. Em meio às incertezas de como o coronavírus afetaria as economias ocidentais, o índice de volatilidade VIX chegou a ficar acima dos 80 pontos, bem distante dos 20 pontos considerados limite entre a normalidade e o “medo”.

No mês passado, o volume de negociação no mercado à vista de toda a bolsa brasileira foi de 722 bilhões de reais, representando um aumento de 141% na comparação anual. Em março, o Ibovespa teve sua pior queda mensal desde 1998, despencando 29,9%. No período, a ação da Via Varejo desabou 61,8%, sendo que, no mesmo mês, o ativo chegou tanto a cair 31,5% em um dia, quanto a subir 21,29% em outro.

“Altas e baixas acentuadas incentivam muita gente a comprar ou realizar ganhos”, disse  Cláudia Yoshinaga, coordenadora do Centro de Estudos em Finanças da FGV EAESP. Ela pontua que, no período, fundos com política de volatilidade precisaram vender ações para evitar perdas ainda maiores – o que também pode ter aumentado o volume de negócios. “Tivemos seis circuit breakers. Ainda que não fosse a vontade do gestor, muitos tiveram que mudar posições”, disse.

Mas por que o volume de negociação das ações da Via Varejo superou o de empresas tidas como blue chips? Para especialistas, o grande otimismo que se depositava na empresa ajuda a explicar – assim como o repentino pessimismo. 

Em cerca de 50 dias, o ativo chegou a acumular valorização de 49% no ano, liderando as altas do Ibovespa. “Os investidores estavam muito otimistas com o setor de varejo e dentro dele um case muito esperado era Via Varejo, com expectativa de turnaround e potencial muito alto”, disse Régis Chinchila, analista da Terra Investimentos.  Mas o jogo virou. “Quando a baixa aconteceu, houve uma forte realização.” No dia em que caiu 31,5%, o volume negociado da ação foi de 174,9 milhões de reais, um dos maiores da história do ativo.

Para Chinchila, a participação de pequenos investidores no papel pode ter adicionado volatilidade e aumentado o volume de negociação do papel. “É notória a participação de pessoas físicas no ativo.”

Yoshinaga explica que ações do setor de varejo costumam ter maior apelo entre os investidores individuais. “A familiaridade é muito maior. A pessoa vê a propaganda na televisão, vê a loja. Há mais facilidade de comprarem Via Varejo do que uma ação do setor industrial”, afirmou. De acordo com ela, a maior quantidade de pessoas físicas no papel pode intensificar a volatilidade. “As chacoalhadas são ainda maiores.”

Outro fator que pode aumentar o interesse de menores investidores no ativo é o preço da ação, cotada a 7,40 reais. “O preço baixo facilita todos os tipos de investidores negociarem o papel. E é uma empresa que está bastante em evidência”, disse Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos. Atualmente, um lote padrão com 100 ações da Via Varejo custa menos de 1.000 reais, enquanto para comprar um lote de Magazine Luiza, por exemplo, gasta-se mais de 5.000 reais.

Fonte: Exame

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