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Pelado disse à PF que viu Bruno Pereira no dia do sumiço, mas que saiu para ‘caçar porcos’


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Principal suspeito pelo desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips, Amarildo da Costa Pereira, o “Pelado“, afirmou em depoimento à Polícia Federal que viu Bruno no último domingo passando de barco em frente à Comunidade São Gabriel, onde mora, porém, negou ter saído de casa durante todo o dia, permanecendo o barco parado até segunda-feira, quando saiu para “caçar porcos”.

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O trecho do depoimento de Pelado consta em relatório enviado pela PF ao ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Pelado declarou que conhece Bruno “apenas de vista” e disse que “nunca conversou com ele”. Afirmou ainda ser pescador há mais de 30 anos na área do rio Itaquaí, do ponto da base da Funai até o trecho do rio da comunidade São Gabriel, onde mora há 10 anos. Ele afirmou não possuir arma de fogo, “pois há muita fiscalização da polícia peruana na região de Islândia”.

Prisão

Policiais militares que prenderam Pelado afirmaram ao GLOBO que a lancha do suspeito foi vista perseguindo o barco do indigenista e do jornalista inglês logo depois que eles deixaram a comunidade de São Rafael, em Atalaia do Norte. Durante a perseguição, ele estaria acompanhado de outras quatro pessoas, que vêm sendo procuradas pelos investigadores. Pelado foi preso e trazido para a cidade na própria lancha.

Testemunhas relataram aos policiais que a embarcação do suspeito, apreendida e trazida com ele até a cidade, passou em alta velocidade atrás de Bruno Pereira e Dom Phillips tão logo eles deixaram a comunidade São Rafael, em uma visita previamente agendada, para que o indigenista fizesse uma reunião com o líder comunitário apelidado de “Churrasco”, que é tio de Pelado, com o objetivo de consolidar trabalhos conjuntos entre ribeirinhos e indígenas na vigilância do território, bastante afetado pelas intensas invasões.

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“Churrasco” foi detido na segunda-feira à noite para prestar esclarecimentos como testemunha e liberado logo depois.

Os dois desaparecidos viajavam com uma embarcação nova, com motor de 40 HP e 70 litros de gasolina, o suficiente para a viagem, e 07 tambores vazios de combustível. A lancha de Pelado tem um motor 60 HP e é mais veloz.

Os dois chegaram ao local de destino (Lago do Jaburu) no dia 03 de junho de 2022, às 19h25. No dia 05, os dois retornaram logo cedo para a cidade de Atalaia do Norte. No entanto, antes eles pararam na comunidade São Rafael, em uma visita previamente agendada, para que o indigenista Bruno Pereira fizesse uma reunião com o comunitário apelidado de “Churrasco”, que é tio de Pelado, com o objetivo de consolidar trabalhos conjuntos entre ribeirinhos e indígenas na vigilância do território, bastante afetado pelas intensas invasões.

Na comunidade São Rafael, a dupla iria conversar com o líder, o “Churrasco”, mas foram recebidos por sua mulher, que ofereceu a eles “um gole de café e um pão”, segundo os vigilantes. Isso tudo ocorreu por volta das 4h do domingo.

De acordo com lideranças da Univaja, os dois se deslocaram pelo rio Itaquaí com o objetivo de visitar a equipe de Vigilância Indígena que se encontra próxima à localidade chamada Lago do Jaburu (próxima da Base de Vigilância da Funai no rio Ituí), para que o jornalista visitasse o local e fizesse algumas entrevistas com os indígenas.

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Denúncia à Corte de Haia

Nesta terça-feira, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) enviou ao Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, na Holanda, uma nova manifestação contra a política do governo do presidente Jair Bolsonaro.

O mandatário e acusado pela entidade pela prática do crime de genocídio e de crimes contra a humanidade por extermínio, perseguição e outros atos desumanos, no TPI. Soma-se ao processo agora a omissão da Fundação Nacional do Índio (Funai), os ataques sistemáticos sofrido pelos ianomâmis e o desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips.

A Apib já havia se manifestado no TPI em agosto do ano passado por conta da morte de 1.162 indígenas , de 163 povos, durante a pandemia de Covid-19, a. No documento anterior, de 148 páginas, acusa Bolsonaro também de uma série de ações e omissões na gestão do meio ambiente.

O texto sustenta que o desmantelamento das estruturas públicas de proteção socioambiental desencadeou invasões a terras indígenas, desmatamento e incêndios nos biomas.

Agora, a entidade volta à Corte para acrescentar incidentes acontecidos no período de janeiro a maio de 2022, com um documento de 92 páginas.

(Agência O Globo)

Fonte: Exame

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