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Indígenas vão à COP26 denunciar genocídio, descartado pela CPI da Covid-19


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Uma delegação de 40 indígenas brasileiros, que já é a maior da história da mobilização dos povos tradicionais em conferências do clima, desembarca na Escócia neste domingo (31).

Eles vão participar da abertura da COP26, a conferência mundial sobre o clima organizada pela Organização das Nações Unidas (ONU), que ocorre na cidade de Glasgow até o dia 12 de novembro.

A organização da viagem ficou por conta da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB). Na última COP, de 2019, foram 18 representantes indígenas e em 2018, somente cinco puderam comparecer.

As lideranças e porta-vozes indígenas vão representar os mais de 305 povos do Brasil e aproveitarão a presença da mídia mundial para denunciar o governo brasileiro pelo genocídio e ecocídio praticados durante a pandemia do coronavírus.

Demarcação pela preservação das florestas

Além disso, a delegação pretende mostrar que a demarcação de terras indígenas é uma das soluções para a crise climática do planeta. “Estamos montando material de campanha que será difundido na estrutura da COP durante essas duas semanas da conferência”, conta Dinamam Tuxá, advogado e coordenador executivo da APIB. 

A Articulação formulou uma carta pedindo urgência na garantia de direitos territoriais, que será encaminhada para representantes dos governos da França e dos Estados Unidos, além de empresários e ONGs. 

“Estamos de malas prontas para descer na COP. Vamos potencializar essa incidência internacional sobre o tema do genocídio e ecocídio, já que as instituições brasileiras, mais uma vez, se omitem frente a essa violência que os povos indígenas vêm sofrendo”, destacou Dinamam. 

Genocídio descartado pelos senadores

A recusa da denúncia de genocídio, que constava no relatório apresentado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), no âmbito da CPI da Covid-19, revoltou os indígenas. 

Segundo Dinamam, os povos também se articulam para incluir novos elementos na denúncia feita ao Tribunal Penal Internacional de Haia referentes à omissão do Estado brasileiro. Essa denúncia foi realizada em 9 de agosto deste ano, data escolhida pela APIB por ser o Dia Internacional dos Povos Indígenas. 

“Precisamos de um posicionamento internacional, porque o Estado brasileiro é incapaz de reconhecer e de tentar resolver ou sanar esse problema sistêmico”, relata o advogado indígena. “Nós sempre trazemos nas nossas temáticas de luta o genocídio, ecocídio e demarcação de terras indígenas”, destaca.

Única parlamentar indígena no Congresso Nacional, a deputada federal Joenia Wapichana (Rede-RR) também vai a Glasgow, porém chegará na próxima quarta-feira (3), segundo divulgou em seu perfil das redes sociais. A COP26 seguirá até o dia 12 de novembro.

 

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Fonte: O tempo

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