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Europeus planejam até ‘filtrar’ turistas de verão de acordo com sua origem


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Os casos globais de Covid-19 passam dos 3 milhões, o que obriga as sociedades a recalibrarem quase todos os aspectos da vida cotidiana. O vírus redefiniu, por exemplo, a forma como os europeus se preparam para suas férias de verão, no meio deste ano. E alguns países estão pensando até em permitir a entrada de turistas conforme a situação da epidemia em seus países de origem.

Com o levantamento gradual das restrições, grande parte da Europa está se preparando para um verão de planos de viagem cancelados ou severamente limitados. Isso deve agravar ainda mais a crise econômica provocada pelo coronavírus. O setor de turismo da Europa emprega 22,6 milhões de pessoas, equivalente a 11,2% do total dos empregos na União Europeia (UE), e representa 9,5% da economia do bloco, segundo o Conselho Mundial de Viagens e Turismo.

Para a Espanha e a Itália, os dois países mais afetados pela pandemia de coronavírus na UE, a contribuição do turismo para a economia é ainda maior, 14% e 13%, respectivamente.

A Comissão Europeia estima que a pandemia reduzirá pela metade as receitas de hotéis e restaurantes. As agências de viagens perderão até 70% de seus ganhos, enquanto as empresas de cruzeiros e as companhias aéreas perderão até 90%. Espera-se que 50 milhões de postos de trabalho sejam fechados em todo o mundo – 7 milhões na Europa.

O principal problema para amenizar esse impacto é que ninguém sabe quando as fronteiras serão reabertas. Permitir uma corrida às praias para a temporada turística de verão pode elevar o ritmo de infecções. Segundo especialistas, as férias de inverno ajudaram a propagar a doença.

Em uma reunião, os ministros do turismo da UE enfatizaram na terça-feira (28) a necessidade de uma política conjunta em questões como reembolso de pacotes turísticos e liquidez para os operadores turísticos. Eles também discutiram o potencial de “corredores turísticos” entre os países-membros, envolvendo a supervisão de epidemiologistas, informou o site americano Político.

Na Espanha, a ministra do Trabalho, Yolanda Díaz, disse que as atividades de lazer e cultura não poderão recomeçar até o final do ano. Na Alemanha, o ministro das Relações Exteriores, Heiko Maas, alertou que não seria “responsável” ter uma “temporada de férias normal neste verão”.

O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, afirmou que pedirá aos italianos que “saiam de férias dentro da Itália”, informou o jornal “Corriere della Sera”. Mas, por enquanto, e mesmo depois de 4 de maio, quando a Itália aliviará algumas restrições, os italianos não poderão atravessar fronteiras regionais.

A França está considerando uma abordagem semelhante, limitando o movimento entre as regiões.

Enquanto as férias em casa fazem sentido em países mais ricos e com populações maiores, os países menores têm mais dificuldades. A Grécia está considerando sujeitar a entrada a um “passaporte de saúde” que deve indicar que os viajantes estão livres de vírus. A Áustria está adotando uma abordagem bilateral: permitirá a entrada de turistas “se os países administrarem bem a situação, como a Alemanha”, disse a ministra do Turismo, Elisabeth Köstinger. A Croácia também adotará o esquema de liberar turistas de países com a epidemia controlada.

Passe para praia

A cidade litorânea belga de Oostende está estudando como permitir o acesso à praia, possivelmente introduzindo passes de hora em hora. Na região da Apúlia, no sul da Itália, que em 2019 recebeu 4,2 milhões de turistas, incluindo 1,2 milhão de estrangeiros, um epidemiologista está aconselhando o governo local sobre como permitir que moradores e turistas desfrutem da região sem transformá-la em um ponto de contágio.

“O turismo estará no centro do plano de recuperação da Europa”, afirmou ao site Politico Thierry Breton, comissário da UE para o Mercado Interno. Ele disse que pretende reservar um quinto do dinheiro da recuperação do bloco para o setor de turismo. “Temos de manter a Europa como o primeiro destino do mundo no turismo, mas a partir de agora será preciso repensar a maneira como viajamos”, disse Breton.

 

Fonte: O tempo

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