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Desaparecidos na Amazônia sumiram em área conhecida, diz Ailton Krenak


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Uma das principais lideranças indígenas do país, o escritor Ailton Krenak comentou o desaparecimento do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira durante sua participação na Feira do Livro que acontece no Pacaembu nesta quinta.

“Dois cidadãos foram desaparecidos na Amazônia agora, vocês sabem?”, disse ele, em meio a críticas à exploração predatória da região. “Foram abduzidos. E num trecho de floresta em que os nossos parentes são capazes de localizar até mesmo um mico.”

Krenak palestrou sozinho, já que Yussef Campos, coautor de “Lugares de Origem” que dividiria a mesa com ele, recebeu um diagnóstico de Covid e não pôde participar do evento.

Enquanto Krenak falava sobre os desaparecimentos, um grupo de adolescentes saiu aos gritos de uma visita ao Museu do Futebol, que fica a poucos metros do palco onde a mesa ocorria, e o palestrante interrompeu seu raciocínio.

Mas, mais tarde, Krenak retomou a crítica ao garimpo, afirmando que a atenção de pessoas como a plateia do evento era instrumental para proteger ativistas locais como ele do “raio laser” dos exploradores ilegais das regiões florestais.

A mesa foi paralisada, a determinada altura, quando um homem se aproximou do palco e se manifestou aos brados contra as falas do escritor.
Ele foi convidado a fazer uma pergunta ao microfone e questionou quais eram os possíveis benefícios da exploração do ouro na região amazônica. Krenak respondeu que não vê “nenhum motivo para tirar ouro de lugar nenhum a não ser para fazer a dentadura de alguém”, ao que foi aplaudido de pé, sob gritos de “fora, Bolsonaro” e “fora, garimpo”.

O líder indígena acrescentou depois uma máxima que deu o tom geral de sua fala – e de boa parte de sua produção literária recente. “Quando tiver acabado o último peixe e a última floresta as pessoas vão entender que a gente não come dinheiro.”

 

Krenak critica guerra na Europa

Durante a palestra, Krenak fez ainda críticas à guerra na Europa -“estão querendo meter um míssil em Tchernóbil”-, particularmente à intervenção dos Estados Unidos no continente em apoio à Ucrânia.

“Quanto o Biden deu da coleta que fez na igrejinha dele para a Europa? Deu bilhões para a guerra. Míssil a gente gasta igual fósforo. Estão despejando míssil ali como se fosse a contribuição dos Estados Unidos para a mudança do clima.” (Walter Porto/Folhapress)

Fonte: O tempo

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