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Bolsa cai à mínima desde novembro de 2020


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A Bolsa de Valores brasileira caiu nesta quinta-feira (14) à sua pontuação mínima em 20 meses. Com perda de 1,80% no dia, o índice de referência Ibovespa mergulhou aos 96.212 pontos, seu menor patamar desde 3 de novembro de 2020.

Um dia após a inflação nos Estados Unidos ter renovado a maior alta em quatro décadas, os mercados passaram a apostar que o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) promoverá uma alta de juros ainda mais agressiva do que a esperada.

O aperto ao crédito tem o objetivo de frear a alta de preços na principal economia do planeta, mas o efeito colateral poderá ser uma recessão mundial.

Esse cenário leva investidores a estimarem quedas da atividade industrial, no consumo e na arrecadação de impostos. É uma percepção que provoca desvalorização generalizada das ações de empresas e depreciação das matérias-primas como o petróleo e minério de ferro.

Esse contexto é adverso para mercados emergentes, com grande dependência de commodities, como o brasileiro.

Parte considerável da baixa no mercado de ações no Brasil foi provocada justamente pelo tombo do setor de commodities, com destaque para o afundamento de quase 7% dos contratos futuros de minério de ferro no fim desta tarde. A mineradora Vale despencou 6,66%.

Poderia ter sido ainda pior para o segmento com maior peso no Ibovespa. O barril do petróleo Brent chegou a cair abaixo dos US$ 95 (R$ 518), alcançando seu menor valor desde antes da invasão da Ucrânia pela Rússia.

No final da tarde, porém, houve recuperação e a commodity caminhava para encerrar o dia perto da estabilidade (alta de 0,17%), cotada a US$ 99,74 (R$ 544,20). Ainda assim, as ações mais negociadas da Petrobras caíram 2,69%.

Dólar e risco-país em alta

Em busca de segurança, investidores procuraram ativos ligados ao dólar. Houve valorização global da moeda americana, segundo o indicador da Bloomberg.

No Brasil, o dólar subiu 0,51%, aos R$ 5,4320. Durante o pregão, chegou a ser cotado a R$ 5,49, na máxima do dia.

Nos Estados Unidos, a largada da temporada de balanços ajudou o mercado de ações de Nova York a sair das mínimas registradas ao longo do dia. Ainda assim, o indicador de referência S&P 500 registrou baixa de 0,30%. O Dow Jones, que acompanha companhias de grande valor, perdeu 0,46%.

Na contramão, o setor de tecnologia representado pelo índice Nasdaq apresentou ligeira alta de 0,03%.

Além de observarem o exterior, investidores do mercado brasileiro também pesaram a aprovação da PEC (proposta de emenda à Constituição) que amplia benefícios sociais em ano eleitoral.

Ao ampliar gastos diante de um cenário de inflação mundial e risco de recessão, a medida poderá criar obstáculos à execução do Orçamento em 2023, considerando um cenário de perda de arrecadação.

Um indicador que reflete a desconfiança no Brasil é o chamado risco-país, medido pelo CDS, o Credit Default Swap, um tipo de contrato que protege investidores contra calotes.

Os contratos de CDS para cinco anos renovaram nova máxima nesta quinta e atingiram os 329 pontos. É a maior alta desde maio de 2020, quando a percepção de risco disparou devido ao início da pandemia.

Apesar dos temores para o horizonte mais distante, Rodrigo Marcatti, economista e presidente da Veedha Investimentos, destaca algumas oportunidades de curto prazo proporcionadas pela PEC.

Setores muito descontados, como o varejo, podem ser beneficiados no curto prazo, segundo o economista.

“Há ações no varejo com quase 90% de queda em um ano e uma correção seria natural”, disse. “O [aumento no] Auxílio Brasil e o alívio no custo da energia vão chegar diretamente à população mais endividada. Isso poderá ajudar o varejo”, comentou.

Na quarta-feira (13), os mercados tiveram um dia de volatilidade provocada pelo novo salto da inflação dos Estados Unidos.

O índice de preços ao consumidor urbano nos Estados Unidos alcançou o recorde de 9,1%, no acumulado em 12 meses até junho. Este foi o maior avanço desde novembro de 1981. (Clayton Castelani/Folhapress)

Fonte: O tempo

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