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Vídeo: Ativista política recomenda beber água tônica para prevenir coronavírus
Um vídeo da ativista política Victoria Peixoto comprando água tônica para prevenir a Covid-19 viralizou nas redes sociais. Nas imagens, a também antropóloga e cientista política diz que a bebida tem “quinino”, que seria à base da cloroquina, medicamento experimental no combate ao coronavírus.
“E isso aqui você pode comprar tanto em supermercado, como em conveniência na padaria da esquina”, disse ela, nas imagens, compartilhada por diversos usuários do Twitter.
Poxa! Cientistas no mundo todo mundo pesquisando, mas foi a Patrícia de Volta Redonda que descobriu que a cura do Corona era água tônica! pic.twitter.com/s25xSB8d92
— Gabriel (@gabrielbeblo) April 15, 2020
Internautas logo comentaram a publicação. “Eu já estou esperando “políticas públicas” na linha da água tônica com quinino de Osmar Enterra. Nada mais me surpreende”, disse um usuário do Twitter. “Aí tu pega a água tônica (quinino) e mistura com água sanitária (cloro) e você tem: Cloroquina!! Gênio!!! Beba sem moderação!!!”, postou uma outra usuária da rede social.
Questionada sobre o assunto, Victoria disse que o vídeo “foi extremamente tirado que contexto”. “Sabemos que essa polêmica desnecessária está sendo propagada com o intuito de me calar. Sabem que sou contra oligarquias políticas, que venho denunciando a incompetência, os privilégios, a falta de ética e transparência em nossa cidade”, disse ela, em resposta sobre o assunto em sua página no Instagram.
Entenda
Estudiosos alertam que a “quinino”, presente na água tônica, não é a mesma molécula do hidroxicloroquina. O quinino da água tônica, segundo o próprio fabricante, é extraído da casca de uma planta denominada chichona ou quina, conhecida por suas qualidades medicinais, como auxiliar no processo digestivo. No passado, a quinina foi utilizada como medicamento para combater à malária, assim como a cloroquina. Até o momento, não há evidências laboratoriais ou clínicas de que o quinino ou qualquer outro composto da casca de cinchona exibam atividade contra a Covid-19.
Entidades como a Associação Brasileira de Ciências (ABC) e a Associação Nacional de Medicina (ANM) condenaram até mesmo o uso indiscriminado da cloroquina (CQ) e da hidroxicloroquina (HCQ) no tratamento da Covid-19, sob a alegação de que ele “não está apoiado em achados científicos robustos”.
“Os resultados desses estudos preliminares são controversos. Alguns estudos sugerem boa eficácia em alguns parâmetros clínicos (nenhum deles indica a melhora de sobrevida), e outros sugerem inclusive risco à saúde dos pacientes com Covid-19 que usaram a medicação. Não há, portanto, qualquer evidência comprovada clinicamente do benefício do uso da CQ ou HCQ, e há relatos de efeitos colaterais potencialmente significativos”, afirma a nota conjunta enviada pelas entidades no início da semana.
Fonte: O tempo