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Vereador do Rio fazia sexo com adolescente na frente da equipe, diz ex-assessor


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Um ex-assessor do vereador carioca Gabriel Monteiro (PL) afirmou em depoimento ao Conselho de Ética e Decoro da Câmara Municipal que o parlamentar praticava sexo com menores de idade na frente da equipe de trabalho.

Monteiro foi denunciado em junho sob acusação de assédio e importunação sexual contra uma ex-assessora de seu gabinete. A testemunha afirmou ainda que o parlamentar sabia que as meninas com quem se relacionava eram menores de idade.

Procurada, a defesa de Monteiro, através do advogado Pedro Henrique dos Santos, chamou as denúncias de “castelo de cartas marcadas” e disse refutar “todos os fatos aos quais responde o parlamentar”.

“A manutenção do mandato é medida justa, uma vez que os fatos narrados fazem parte de um conluio entre ex-funcionários e pessoas que se incomodam com as ações fiscalizatórias do parlamentar, que se negou à tentativa de corrupção por parte dos poderosos”, disse Santos.

O vereador Chico Alencar (PSOL), relator do processo contra o ex-policial militar e youtuber, apresentou na terça-feira (2) o parecer final da Câmara que pede a cassação do mandato do vereador por quebra de decoro.

Monteiro já responde por duas denúncias. Além do caso da ex-assessora, ele se tornou réu num caso que apura a gravação de um vídeo íntimo em que o parlamentar aparece tendo relações sexuais com uma adolescente de 15 anos.

A apuração do Conselho de Ética ouviu ex-funcionários do gabinete de Gabriel Monteiro e da empresa que produz vídeos para o YouTube.

Um dos ex-assessores, Heitor Monteiro Neto, afirmou em depoimento que o vereador fazia sexo com menores de idade em público, dentro de casa.
“Já teve ocasiões que a gente estava editando vídeo durante o expediente, e o Gabriel chega lá com uma garota e começa a transar na nossa frente”, afirmou Neto, em trecho que consta no relatório.

Ele relatou ainda que Monteiro, além de ter conhecimento de que se relacionava com menores, dava preferência a elas. “Todas as garotas que vão lá, geralmente, são menores de idade. Eu diria que 99%, porque ele fala que só pega novinha”.

Luiza Caroline Batista, ex-funcionária de vídeos do gabinete do vereador, disse ao Conselho que ele gravava cenas de sexo e mostrava para pessoas da equipe. Os episódios aconteciam na casa do parlamentar, na Barra da Tijuca, onde ele recebia meninas que iam direto da escola.

“Algumas delas iriam até de uniforme”, afirma Mateus de Oliveira, em depoimento. Em denúncia apresentada pelo Ministério Público do Rio (MPRJ), Gabriel Monteiro é acusado de constranger Luiza. O trecho da denúncia aponta que ele a ameaçou de demissão, dizendo: “Ou topa tudo, ou não trabalha para mim”. Monteiro é réu na Justiça por importunação sexual e assédio pelo episódio.

Alencar, o relator do processo no Conselho de Ética, afirmou ter sofrido ameaças virtuais coordenadas por Monteiro no último fim de semana, dias antes da leitura do relatório.

“O próprio Gabriel lidera os ataques, porque é muito forte nas redes. Há uma metodologia: ele faz algum comentário, que não é nem ofensivo, nem ameaçador, mas parece que aquilo dá o start para seus seguidores.

“Na última sexta-feira, depois que eu publiquei um vídeo, ele postou no meu Facebook: ‘Vereador, quanta politicagem’. A partir daí começaram os xingamentos e ameaças, como ‘eu sei onde sua família mora’. Foram 700 comentários com ataques e ameaças. Nunca usei carro blindado na vida, mas agora estou precisando”, disse Alencar à reportagem.

Após ouvir 12 testemunhas, oito indicadas pela defesa e quatro pelo conselho, o parecer do relator que recomendou a cassação de Gabriel Monteiro foi publicado na terça (2).

O relatório trata as condutas de Monteiro como “deploráveis”. O documento cita os vídeos manipulados para o canal, as denúncias de sexo contra menores de idade e os assédios contra ex-funcionários.

Desde a última terça-feira, está em vigor o prazo de cinco dias úteis para que a defesa de Gabriel Monteiro apresente alegações. Depois, membros do Conselho de Ética se reúnem para votar o relatório. A votação está prevista para a próxima quinta-feira, dia 11.

Caso a maioria do Conselho vote pela continuidade, a cassação será debatida em plenário, até o dia 15 de agosto.

Em paralelo à cassação, Gabriel Monteiro divulgou, no início da semana, sua pré-candidatura ao cargo de deputado federal pelo Partido Liberal. Sua irmã, Giselle Monteiro, é pré-candidata a deputada estadual pela mesma legenda. (Yuri Eiras/Folhapress)

 

 

 

Fonte: O tempo

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