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Universidade de Oxford no Brasil terá duas unidades no Rio de Janeiro


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A Universidade de Oxford no Brasil terá duas sedes no centro do Rio de Janeiro. A abertura das novas unidades, as primeiras na América Latina, foi anunciada em outubro e oficializada em cerimônia nesta segunda (6) pela instituição britânica e pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

Segundo a pesquisadora que vai liderar a iniciativa, Sue Ann Clemens, um dos centros de pesquisa deverá ficar no Centro Cultural do Ministério da Saúde, onde ocorreu o evento, e será destinado a projetos em parceria com a pasta.

A outra sede ficará no Instituto Carlos Chagas, referência em pós-graduação médica. Ali funcionará o braço educacional da universidade, com cursos que devem começar já no primeiro semestre de 2022.

Um será sobre doenças infecciosas e o outro, sobre vacinologia, com professores brasileiros e estrangeiros. “A ideia também é oferecer estágios mesclados entre Oxford, a Universidade de Siena [na Itália] e instituições brasileiras”, disse ela à reportagem após o evento.

Na unidade serão realizadas ainda pesquisas independentes, com financiamento de instituições não governamentais. Uma delas foi iniciada recentemente, paga pela Fundação Bill e Melinda Gates, testando doses de reforço das vacinas da Clover e da AstraZeneca.

“Estamos testando três concentrações diferentes. Se identificarmos que a menor delas tem uma boa proteção, será muito importante. Vai ajudar muito o mundo em relação à oferta, porque a produção aumentará muito”, explicou a infectologista.

Clemens foi responsável por conduzir os testes da vacina de Oxford/AstraZeneca no Brasil e preside o comitê científico da fundação de Bill Gates. Também participa de comitês avaliadores de outros imunizantes e é coordenadora do primeiro mestrado em vacinologia do mundo, na Universidade de Siena.

“Na educação, vamos tentar trazer algo adaptado para as necessidades do profissional brasileiro e trabalhar com as instituições locais. Na pesquisa, que nós tanto sabemos fazer, queremos ampliar um pouco, [para que o pesquisador pense] da identificação do antígeno ao registro internacional”, discursou ela no evento.

Também participou da cerimônia desta segunda o cientista americano Andrew Pollard, diretor do Grupo de Vacina de Oxford que veio ao Brasil para acertar os detalhes da parceria. Ele agradeceu o apoio do governo brasileiro, mas ressaltou que a ciência deve ser independente.

“Oxford tem um interesse muito grande de estabelecer essas parcerias, porém a ciência precisa ser independente, sem interferências políticas […], e eu acredito que o ministro está de pleno acordo com isso”, falou durante o evento, que não teve espaço para perguntas da imprensa.

Ele acrescentou que as pesquisas de Oxford no Brasil também deverão ter foco em outros temas além de vacinas, como cardiologia, inteligência artificial e atenção primária, com parcerias com Instituto Nacional do Câncer (Inca), do Coração (INC) e Traumatologia e Ortopedia (Into).

O ministro Marcelo Queiroga, que já havia assinado um termo de compromisso em 27 de outubro na própria Universidade de Oxford, no Reino Unido, para a abertura do centro de pesquisa até o final do ano que vem, afirmou que os dois países são amigos.

Ao lado do ex-ministro Eduardo Pazuello, ele voltou a repetir que a variante ômicron “é uma variante de preocupação, mas não de desespero”.

Fonte: O tempo

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