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Servidores da Funai relatam intimidação com ida de colombianos ao Vale do Javari


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Servidores do escritório regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Atalaia do Norte, no Amazonas, denunciaram às autoridades policiais uma visita suspeita de dois colombianos à repartição. O local é o mesmo onde o indigenista Bruno Araújo Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips foram assassinados no início do mês de junho

O caso veio a público neste sábado (02), por meio da agência independente de dados Fiquem Sabendo. A visita dos dois colombianos ocorreu nesta sexta-feira, mesma data em que um servidor da Funai registrou boletim de ocorrência denunciando o assunto. 

Aos policiais, ele afirmou que os homens chegaram ao escritório solicitando informações de procedimentos necessários para adentrar em terras indígenas. Os homens, conforme a denúncia, se apresentaram como dois educadores que vieram das cidades de Bogotá e Letícia para realizar trabalhos com indígenas na região do Vale do Javari, mas sem especificar em qual comunidade gostariam de ir.

Durante a conversa com os servidores, os homens não apresentaram documentos. Uma servidora relatou aos policiais que um dos colombianos estava com odor de bebida alcoólica. A dupla, que estava com trajes comuns como bermuda e regatas e tinham inúmeras tatuagens no corpo, pediu o mapa de terras indígenas da região e questionaram os servidores sobre qual teria sido a causa da morte de Bruno Araújo e Dom Phillips. 

Em relação a Phillips, os colombianos se referiram ao repórter como “jornalista inglês”. No momento em que foram questionados sobre os crimes contra o indigenista e o jornalista, os servidores relataram que se sentiram intimidados. Além do boletim de ocorrência, os servidores também enviaram um ofício ao Ministério da Justiça e Segurança Pública relatando a “urgente necessidade de adoção de medidas que garantam a segurança e integridade física e psicológica dos servidores e funcionários desta Coordenação Regional do Vale do Javari”. 

O documento enviado ao órgão do governo federal, os trabalhadores lotados do escritório da Funai ainda informaram que a dupla também solicitou informações na sede da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), onde foram atendidos a distância. Eles também se apresentaram como educadores e pediram informações sobre terras ocupadas por índios na região. 

Dentre as queixas feitas ao Ministério, os servidores denunciaram que há uma situação de insegurança após os assassinatos de Dom e Bruno e que “nenhuma medida prática ainda fora tomada com vistas ao incremento de segurança desta equipe (escritório no Vale do Javari), o que se constata pela situação narrada de livre trânsito de pessoas suspeitas em suas instalações”.

O ofício foi direcionado ao órgão também nesta sexta-feira. A reportagem questionou a pasta sobre o assunto, mas nenhum retorno foi emitido. 

Fonte: O tempo

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