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Quase 40% da população do Brasil não tem dinheiro para comprar comida, diz FGV


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Quase 710 mil brasileiros não têm dinheiro para comprar comida e estão em situação de insegurança alimentar, aponta pesquisa divulgada nesta quinta-feira (2) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O estudo mostra que o número, nos últimos 12 meses, subiu de 30% em 2019, para 36% da população total do país, estimada em 212,6 milhões de pessoas, em 2021. 

A marca representa o recorde da série iniciada em 2006 e superou a média simples mundial. “É a primeira vez que o Brasil ultrapassa a média mundial e o aumento foi quatro vezes maior à elevação ocorrida no mundo, entre 2019 e 2021”, revela Marcelo Neri, diretor do FGV Social. 

Os dados da pesquisa foram analisados a partir do Gallup World Poll. A metodologia, segundo a Fundação, permite comparar a situação entre 160 países, em bases anuais desde 2006. Nos dados nacionais, o estudo identificou que a piora do quadro brasileiro foi pressionada pelos efeitos da pandemia e ineficácia de ações governamentais. 

“Ao olhar para as causas desse aumento, percebe-se a forte ligação com a pobreza. De acordo com a pesquisa, existe o processo de pauperização da fome, ¾ dos pobres hoje, estão ou estiveram em insegurança alimentar em 12 meses”, ressaltou Neri.

Mulheres sofrem mais 

Na pesquisa da FGV, o público feminino é o que mais sofre com a fome. Cerca de 47%, quase metade das mulheres do país, está em situação de insegurança alimentar. Nos homens o percentual chega a 27%. “Como resultado, a diferença entre gêneros da insegurança alimentar em 2021 é 6 vezes maior no Brasil do que na média global”, atesta a FGV. 

Para os pesquisadores, o cenário gera consequências para o futuro do país, uma vez que a subnutrição infantil deixa marcas permanentes físicas e mentais para toda vida. 

Pobreza

O aumento da insegurança alimentar entre os 20% mais pobres no Brasil durante a pandemia foi de 22 pontos percentuais, saindo de 53% em 2019 chegando a 75% em 2021. Já os 20% mais ricos, experimentaram queda de insegurança alimentar de três pontos percentuais – indo de 10% para 7%. 

O ranking de 10 países com mais insegurança alimentar em 2021 é liderado por países africanos próximos aos brasileiros pobres. A menor insegurança alimentar é na Suécia (5%). 

Fonte: O tempo

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