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Presidente do Equador reduz pela metade o seu salário e de ministros


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Em meio à crise trazida pela pandemia do novo coronavírus, é comum ouvir que cada um terá de dar sua dose de sacríficio. O difícil é ver quem de fato leva a promessa adiante, cortando na própria carne.

Foi o caso do Equador, onde o presidente Lenin Moreno anunciou um corte de 50% no seu salário, do vice-presidente Otto Sonnenholzner e de todos os seus ministros e vice-ministros.

Isso significa que Moreno, que hoje ganha cerca de 5.000 dólares por mês (quase 30.000 reais), terá um salário em torno de 2.500 dólares (15.000 reais). Já Sonnenholzner deve ter um corte em seu salário da faixa de 4.800 dólares (próximo de 28.000 reais) para 2.400 dólares (14.000 reais).

A decisão vale até maio de 2021, quando acaba o mandato de Moreno. Apesar de o impacto orçamentário ser irrisório, a decisão passa uma mensagem de solidariedade em um momento econômico duríssimo no qual muitas pessoas estão sendo demitidas.

Moreno não foi o único nem o primeiro a ter essa ideia. Em abril, a primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Arden, anunciou que ela, ministros e chefes do setor público iriam reduzir seus salários em 20% nos próximos seis meses.

O país tem sido um exemplo mundial na crise do coronavírus, tendo eliminado por enquanto a doença e começado a reabrir a economia com pouco menos de 1.500 casos e 21 mortes.

Já o Equador não tem se destacado pelo bom manejo da pandemia. O país acumula até agora 30.419 casos e 2.327 mortes confirmadas, segundo o mapa da Universidade Johns Hopkins. O número de mortes não explicadas e a falta de testagem também indicam uma forte subnotificação.

A cidade portuária de Guayaquil, inclusive, virou um símbolo do descontrole da doença na América Latina, com corpos deixados nas casas ou nas ruas durante horas. As imagens da cidade foram utilizadas em um vídeo da prefeitura de São Paulo para ilustrar um colapso da capacidade do sistema de saúde.

O país acabou implementando uma dura quarentena, incluindo toque de recolher por períodos. A lição é que, em meio a uma pandemia, medidas simbólicas não substituem a necessidade de gestão, comunicação e tomada de decisões com base nos melhores dados científicos disponíveis.

Fonte: Exame

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