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Play: Precisamos falar sobre Morris Albert


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Seu nome estrangeiro é relativamente pouco conhecido no Brasil atualmente. O nome original, então, nem passa perto da fama. Mas Morris Albert, ou o original Maurício Alberto Kaisermann, é um dos artistas brasileiros que mais vendeu discos no exterior, talvez “o” que mais vendeu (as estatísticas da indústria fonográfica são um tanto bagunçadas, pouco confiáveis). Foram, segundo dados divulgados pelas gravadoras, 160 milhões de cópias. Precisamos falar sobre ele.

No final dos anos 1960, Maurício Alberto era o típico adolescente que ouvia música o dia inteiro: Beatles, Tom Jobim, Johnny Rivers, Temptations… E queria montar uma banda. Ele participou da The Thunders e Hangmen, inexpressivas. Até que decidiu fazer carreira solo, bem na época de uma onda de gravadoras “transformando” brasileiros em artistas estrangeiros (Fabio Jr. era Mark Davis, Jessé era Tony Stevens). Daí veio o nome artístico anglicizado.

Seu long play (o antigamente famoso LP ou disco de vinil) de estreia, em 1973, tinha Feelings, canção do lado B que simplesmente “explodiu”. Tema da novelaCorrida do Ouro”, da TV Globo, rodou a América Latina, foi para a Europa e, oito meses depois, transformou Morris em um ídolo pop mundial. E vieram as 160 milhões de cópias.

Elvis Presley gravou Feelings, uma versão só descoberta há poucas décadas. Frank Sinatra também. The Offspring fez uma versão punk. Ella Fitzgerald, Johnny Mathis, Julio Iglesias, Andy Williams, Ray Conniff e sua orquestra, Dionne Warwick e Caetano Veloso. A lista é enorme: a canção foi interpretada por centenas de artistas

She’s my girl” pode ser considerado o segundo sucesso de Morris, mas ficou longe de Feelings, que permaneceu 32 semanas nas paradas norte-americanas (chegou aio sexto lugar na Billboard Hot 100) e dez semanas nas paradas inglesas.

E aí vieram os anos 1980. Especificamente em 1987, um compositor francês, Loulou Gasté, autor de “Pour Toi”, cantada por Line Renaud, então sua esposa, conseguiu vencer na justiça dos Estados Unidos um processo de plágio. Gasté se tornou oficialmente coautor de “Feelings” e ainda ganhou US$ 500 mil em um acordo judicial.

Hoje, os ganhos com Feelings são divididos entre Morris Albert e Loulou, mas a troca de acusações virou eterna. Morris vive incógnito na Itália.

Precisamos falar sobre ele porque um brasileiro que atingiu sucesso em mais de 50 países, com 160 milhões de cópias, plagiando ou não, é um ícone. E precisa ser lembrado.

*Danilo Vicente é sócio-diretor da Loures Comunicação

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