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Rondônia, domingo, 16 de junho de 2024.




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Pesquisadores e moradores da maior favela de SP criam um museu digital


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Pesquisadores e moradores da maior favela de São Paulo criaram um museu digital com a história de Heliópólis. São cerca de 300 arquivos que contam a história da região. Fotografias, documentos, depoimentos que foram organizados por temas: o Bairro Educador,  Cotidiano e Vivência,  Paisagem e Território e a Organização Social.

Os registros lembram que as casas da maior favela de São Paulo foram feitas em regime de mutirão. Isso foi pelos idos de 1984. Nessa época, não havia iluminação, rede de esgoto, nem ruas asfaltadas. Silvana Morais explica que tinha muito barro e era necessário cuidar das roupas.

Mas a história de Heliópolis começa bem antes, em  1972, quando a prefeitura de São Paulo retirou 153 famílias da antiga favela da Vila Prudente e levou o grupo para um terreno a oito quilômetros do Centro de São Paulo, que pertencia ao  extinto Iapas, o Instituto de Administração Financeira da Previdência, ligado ao governo federal. Quem conta é Antonia Cleide Alves. A ideia era de que o endereço seria provisório. Com casas uma grudada na outra e com banheiros coletivos.

Os anos foram passando e, em pouco tempo, os barracos já eram revendidos. Foi assim que João Miranda Neto chegou em Heliópolis.

Mas para permanecer foi preciso a comunidade se organizar para resistir, reivindicar água, luz e depois o direito a terra.

50 anos depois, Heliópolis tem, hoje quase 1 milhão de metros quadrados. A paisagem mudou, a favela ganhou status de bairro e os sonhos também mudaram. E essa história quem conta é o Wellington de Souza, de 23 anos, nascido e criado em Heliópolis. 

Histórias como estas estão no Museu. Mas o acervo é muito maior. São mais de 15 mil fontes documentais, entre fotos, textos, panfletos e recortes de jornal.

Todo esse material está sendo organizado pela Unas, a União de Núcleos e Associações de Moradores de Heliópolis, em parceria com a UFABC, a Universidade Federal do ABC. 

O Museu dá continuidade a outros projetos de resgate histórico como a “Kombi das Memórias”, que registrou vídeos de moradores em uma kombi usada como uma espécie de estúdio de gravação.

Outros projetos continuam em andamento como a construção de uma linha do tempo com a história do bairro que também vai ficar disponível no Museu.

Quem quiser conhecer mais as histórias de luta e resistência desse cantinho de São Paulo é só visitar o Museu. O endereço é museuheliopolis.unas.org.br.

 

*Com sonoplastia de Messias Melo

Cultura São Paulo 28/08/2022 – 09:13 Roberto Piza / Beatriz Arcoverde Eliane Gonçalves – Repórter da Rádio Nacional Museu Heliópolis domingo, 28 Agosto, 2022 – 09:13 4:09

Fonte: Ag. Brasil

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