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Pandemia da Covid-19 faz Brasil bater recorde de mortes em 2020


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A pandemia do coronavírus fez de 2020 o ano com mais mortes no Brasil desde o início da série histórica das estatísticas vitais de óbitos do Registro Civil, em 1999. Foram 1.446.633 óbitos, segundo dados extraídos nesta sexta-feira (15) do portal da transparência, o que representa um aumento de 8,6% em relação aos 1.331.983 falecimentos registrados no ano anterior pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A média histórica de variação anual de mortes no Brasil era de 1,9% até 2019.

Em Minas Gerais, o número de mortes subiu 13,7% de um ano para o outro, de 128.972 para 146.747.

De acordo com a plataforma, administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), o Brasil teve mais de 203 mil mortes por suspeita ou confirmação de Covid-19 em 2020. Mas a doença pode ser a causa real ou estar relacionada a milhares de outros óbitos registrados no país.

As mortes causadas por doenças respiratórias cresceram 34,9% no ano passado, de 442.266 para 596.678. Os registros de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) explodiram de 1.498 para 16.537, uma alta de 1.003%.

“Todo o excesso de mortes por SRAG foi ocasionado por Covid-19. No início da pandemia, Europa e Estados Unidos seguraram testes, nós não tínhamos testes e, por isso, muito diagnóstico ficou pendente. Ainda hoje muitos lugares têm enorme dificuldade para fazer esse diagnóstico, falta estrutura e laboratório”, afirma o médico infectologista, Carlos Starling.

Os óbitos causados por doenças cardíacas aumentaram 5,1% no Brasil, de 270.203 para 284.117, o que também pode ter relação com a pandemia de Covid-19. Segundo o cardiologista Bruno Ramos Nascimento, professor associado da Faculdade de Medicina da UFMG, a alta pode estar ligada à desativação de serviços de saúde e à suspensão de atendimentos eletivos nos momentos mais críticos da pandemia e ao medo de contágio, que afastou muitas pessoas dos consultórios médicos. 

“Na doença cardiovascular aguda, quanto mais tardio o diagnóstico, pior é o prognóstico. Existe, ainda, o impacto da infecção pelo coronavírus sobre a doença cardiovascular. Em casos graves de Covid-19, o estado inflamatório em si é um gatilho para a ocorrência de eventos cardiovasculares”, explica o médico.

O receio das pessoas de buscar atendimento médico e a superlotação de leitos ao longo da pandemia contribuíram para o aumento de 22,2% de mortes registradas em residências no Brasil em 2020. Registros de óbitos apontam que 9.311 pessoas morreram por Covid-19 em casa.

“A gente nota um crescimento muito grande de óbitos em residência, sem assistência médica, mortes que, talvez, poderiam ser evitadas”, diz a oficial de Registro Civil e diretora da Arpen/ SP, Andreia Gagliardi.

Segundo a Arpen, o número de óbitos registrados em 2020 pode crescer ainda mais. Por causa da pandemia, o prazo para registro de mortes foi ampliado em alguns Estados.

Fonte: O tempo

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