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Nova alta de juros? 5 opiniões do mercado sobre a decisão do Copom


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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou, nesta quarta-feira, 3, a Selic pela 12ª vez consecutiva. Acompanhando a expectativa do mercado, o Copom elevou a taxa em 0,50 ponto percentual (p.p.), levando a Selic para 13,75% ao ano.

O comunicado do BC também sinalizou que a alta pode não ser a última etapa no ciclo de aperto monetário. 

A expectativa era de que o ciclo se encerrasse na reunião desta quarta, mas analistas de bancos de investimentos já adiantavam que haveria a possibilidade uma alta adicional em setembro. Foi o que aconteceu: o BC indicou que irá avaliar a necessidade de um ajuste residual, de menor magnitude – ou seja, de 0,25% – em sua próxima reunião.

Caso a taxa seja elevada mais uma vez, a Selic iria para o patamar de 14% ao ano, o que não ocorre desde outubro de 2016. 

Confira 5 opiniões do mercado sobre a decisão do Copom:

1. Balde de água fria

Para André Perfeito, economista-chefe da Necton Investimentos, o comunicado foi um balde de água fria para os analistas que esperavam um encerramento do ciclo já nesta reunião.

Perfeito ressalta que o Copom condicionou o fim do ciclo de alta à duas variáveis, a consolidação da desinflação, que poderia ser alcançada até setembro, e a ancoragem das expectativas do mercado em torno da meta. O segundo ponto, para o economista, é o mais nebuloso.

“[Existe uma] piora da perspectiva fiscal doméstica e um ambiente externo volátil e com ambiente inflacionário pressionado que não irão mostrar melhora significativa tão rapidamente. Neste sentido imaginamos que a alta dos juros deve se prolongar para além da reunião de setembro, sendo finalizada apenas na reunião de outubro”, afirma em nota. 

A expectativa da casa é que a Selic vá para 14,25% ao ano.

2. O desafio das expectativas do mercado

Laíz Carvalho, economista para Brasil do BNP Paribas, concorda que as condições da economia – em especial as expectativas do mercado quanto à inflação – vão impedir que o Banco Central encerre o ciclo de alta de juros em 13,75%, como é a vontade do BC. 

“As expectativas de inflação pra 2023 estão acima da banda superior da meta do Banco Central e as expectativas de inflação de 2024 continuam subindo. Sendo assim, continuamos com a opinião de que cenário e expectativas de inflação vão acabar se impondo às sinalizações de encerramento do Copom”.

A casa também trabalha com uma Selic terminal de 14,25% para 2022. 

3. Porta aberta

Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos, também defende que será difícil para o BC ancorar as expectativas considerando que a inflação está acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta de 3,5% em 2022 e 3,25% em 2023 (tolerância de 1,5 ponto percentual).

A dificuldade, no entanto, não seria um impeditivo intransponível para o encerramento do ciclo. “Por ora, parece provável que o Banco Central opte por um ajuste residual de 0,25 ponto percentual. Mas, deixar a porta aberta, não significa que ele não pode fechá-la sem promover uma nova elevação”, diz em nota.

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4. Mudança que pode confundir

Patrícia Pereira, estrategista-chefe da MAG Investimentos, ressalta ainda que o Copom optou por dar ênfase à inflação acumulada em doze meses no primeiro trimestre de 2024, onde os efeitos diretos decorrentes das mudanças tributárias seriam suavizados. 

“Na minha opinião o mercado achará essa opção bastante confusa e ruidosa, o contrário do desejado para a ancoragem do mercado e redução de volatilidade”, afirma em nota.

Ainda assim, a MAG mantém a projeção de 13,75% ao ano para a Selic ao final deste ano, considerando que o ciclo já foi encerrado com a alta de agosto.

5. Fim do ciclo?

Por outro lado, Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura, acredita que a mudança é um indicativo de que o ciclo de aperto terminou em 13,75% ao ano.

“Entendemos que o Copom terminou o ciclo de alta de juros na decisão de hoje, principalmente, pela extensão do horizonte de política monetária, com o Copom fixando o 1º trimestre de 2024 como ponto focal da garantia de convergência da inflação à meta”, afirma em nota.

A avaliação da casa é que o Copom deixa a postura agressiva de ficar à frente da curva para assumir uma posição de espera “para avaliar os efeitos das fortes altas da taxa de juros sobre a atividade”.

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Fonte: Exame

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