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Mortes em MG e PE alertam para continuidade dos feminicídios apesar de melhora


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Quatro mulheres morreram na última terça-feira (12), em casos distintos ocorridos em Pernambuco e Minas Gerais, mas em circunstâncias semelhantes: o feminicídio após a separação.

Em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, três mulheres da mesma família foram assassinadas a tiros, depois de discussão com o ex-marido de uma delas. Uma outra mulher foi socorrida em estado grave, após também ser alvo dos disparos.

O ex-sogro também foi ferido. O suspeito de ser o autor dos disparos fugiu e é procurado pela polícia. Os nomes não foram divulgados pela polícia.

O ex-marido, de 35 anos, estava na casa da ex-mulher, 32, para buscar os filhos. Os dois começaram a discutir e o suspeito a ameaçou de morte. O pai da mulher, 61, interveio em defesa da filha. O suspeito sacou uma pistola e começou a disparar.

Foram atingidas e mortas a ex-mulher, a mãe dela, 56 e uma irmã, 33. Uma outra irmã, 28, também foi alvejada e está internada em estado grave. O pai teve ferimentos leves e já prestou depoimento à polícia.

Segundo a polícia, ele já vinha fazendo ameaças à ex-mulher há cerca de um mês, desde o término do relacionamento. A família, no entanto, não prestou queixa por temer a reação do autor do suspeito.

Em Pernambuco, uma mulher de 48 anos, que estava internada após ser baleada na sexta-feira (8) pelo ex-marido, não resistiu aos ferimentos e morreu.

O homem invadiu o condomínio em que ela residia, em Boa Viagem, e atirou contra a mulher, a filha dela, de 21 anos, e o namorado da jovem, de 28 anos, que morreu no mesmo dia -a jovem sobreviveu. Depois autor dos disparos, um homem de 50 anos, tirou a própria vida.

Assim como no caso de Brumadinho, a vítima estava em processo de separação, mas o autor dos disparos não aceitava o fim do relacionamento.
Juliana Martins, coordenadora institucional do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, ressalta que as mulheres que se separam ficam mais vulneráveis justamente no momento em que tentam se libertar de uma relação violenta.

“De certa forma, essa mulher está rompendo com o papel social que era esperado dela, que é da mulher que mantém o relacionamento. O casamento é essa instituição considerada sagrada, em que ela muitas vezes perpetua relações abusivas e violentas, seja porque tem filhos ou porque socialmente é esperado da mulher que ela se case, que tenha família”, afirma.

Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, organizado pela entidade, indicam que no ano passado ocorreram 1.341 mortes por feminicídio no país, uma média de 111 casos por mês. O número, no entanto, é ligeiramente menor do que o tabulado no ano anterior, quando foram registradas 1.354 ocorrências.

“O que a gente percebe é que a violência contra a mulher não diminuiu. Diminuiu um pouco o número de feminicídios, mas aumenta a agressão e violência doméstica, aumenta a ameaça, aumentam as chamadas de 190 para violência doméstica, aumenta o número de medidas protetivas de urgência concedidas”, afirma a pesquisadora.

Onde denuciar

  • 190 – Polícia Militar
  • Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher
  • Disque 100 – Disque Direitos Humanos

(Paulo Eduardo Dias, Leonardo Augusto e José Matheus Santos/Folhapress)

Fonte: O tempo

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