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Morre irara que visitantes de zoo quebraram vidro para tentar salvar


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Visitantes de um parque em Campinas, no interior de São Paulo, quebraram o vidro de uma jaula para resgatar uma irara na tarde de sexta-feira (21). O animal, que tinha dificuldades de locomoção, foi atacado por outro da mesma espécie. Apesar de ter sido resgatada pela população, Jade morreu neste sábado (22). O episódio aconteceu na área de zoológico do Parque Bosque dos Jequitibás, destinada à reabilitação de animais resgatados – a iniciativa da prefeitura realiza o trabalho de soltura das espécies recuperadas e mantém sob cuidados daqueles inaptos à reambientação silvestre.

Uma visitante que passava em frente ao canteiro das iraras percebeu a movimentação estranha e tentou assustar o animal agressivo. Segundo ela, ele parava quando batiam no vidro, mas voltava a morder e arrastar a companheira, Jade, em seguida.

Sem sucesso, a mulher pediu que um de seus filhos fosse à administração para pedir ajuda aos responsáveis pelo parque. “O guarda que estava na portaria disse que [o comportamento] era normal, e não tinha ninguém [para ajudar], nem tratador, nem veterinário, nem direção, nenhum responsável”, afirma.

Os gritos da irara chamaram a atenção de outros visitantes, que também tentaram intervir na situação. Sem saberem o que fazer, cerca de 10 pessoas decidiram quebrar o vidro com uma pedra para resgatar o animal machucado.

Segundo a moradora de Campinas, seu filho, de 15 anos, entrou no canteiro junto com outra mulher para resgatar Jade. Um guarda do local que acompanhava a movimentação popular se posicionou à frente do vidro quebrado para impedir que o outro animal fugisse.

“Até então, o guarda falava que não tinha telefone de ninguém, que não conseguia falar com ninguém. Aí ele falou no rádio que ‘meliantes’ tinham quebrado o vidro e outros guardas do bosque desceram e ficaram lá”, relata.

Apesar da fala, a visitante afirma que o grupo não sofreu represália: “Eles viram que a situação foi extrema. O nosso intuito não era quebrar nada, estragar nada – até porque aquilo ali a gente mesmo que paga.”

Foi aí que uma funcionária do teatro do bosque conseguiu o telefone do veterinário responsável pelos animais, e conseguiu ajuda. “O que nos deixou mais indignados é que a Jade é (era) um animal deficiente, ela não anda, tem paralisia nas pernas. Não era para estar no convívio de outro animal saudável, e não deveria estar exposta para a gente ver”, disse a visitante.

Procurada pelo F5, a prefeitura de Campinas afirmou que se tratava de um casal de iraras, animais carnívoros, da família das lontras, ariranhas e furões. Segundo nota enviada pela assessoria de imprensa, “o casal vivia junto desde que chegaram ao Bosque, em janeiro de 2012, mas foi separado para tratamento da fêmea, que apresentou problemas neurológicos”.

A prefeitura afirma, ainda, que o macho, Alaor, permaneceu sozinho em um local adequado durante o período e, ao fim do tratamento de Jade, o casal passou por um período de readaptação, até serem liberados para ficarem juntos novamente.

“E assim permaneceram por cerca de duas semanas sem demonstração de agressividade”, diz trecho da nota. Segundo a prefeitura, na próxima semana será realizada uma necropsia para elucidação da causa da morte.

Questionada sobre a falta de agentes responsáveis no local, a prefeitura afirmou em nota que “O Bosque dos Jequitibás dispõe de serviço de vigilantes, que atuam em postos fixos e em sistema de ronda, capacitados para acionar os técnicos nessas situações”.

Fonte: O tempo

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