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Jornalista do The Intercept, Amanda Audi afirma ter sido vítima de estupro


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Amanda Audi, repórter do The Intercept, utilizou as redes sociais para fazer um desabafo nesta terça-feira (3). O relato da jornalista foi publicado no mesmo dia em que o tratamento recebido por uma jovem durante o julgamento do homem que ela acusou de estupro em Santa Catarina provocou indignação, reação do Conselho Nacional de Justiça e críticas de ministros de tribunais superiores.

“A Justiça odeia as mulheres. Em outubro do ano passado, fiz um BO denunciando que fui estuprada. Só hoje, meses depois do seu arquivamento, consegui saber o que aconteceu nos autos (apesar de ser a vítima)”, afirmou.

Segundo a jornalista, o agressor é professor da Universidade de Brasilia (UnB): ” Ele já foi colunista do Intercept. Ele foi desligado sumariamente no momento em que relatei o ocorrido aos meus chefes. Portanto, é muito importante frisar que o caso não aconteceu em local de trabalho e que eu sempre tive todo o apoio da empresa”, ressaltou. 

“Não quero entrar em detalhes sobre o que aconteceu, porque isso me faz muito mal e, afinal, o processo é público. Quero apenas relatar a minha dolorosa sensação de impotência frente ao descaso com que polícia, MP e judiciário trataram o meu caso”, destacou. “Ver o absurdo do caso de Mari Ferrer me motivou a denunciar o meu estuprador. Se pelos meios tradicionais nada aconteceu (até agora), pelo menos que as pessoas saibam quem é ele”, continou.

Nesta terça-feira (3), as hashtags #estuproculposo e #justicapormariferrer dominaram as redes sociais, e ficaram no Trending Topics – assuntos mais comentados – do Twitter por horas. São reações de anônimos e famosos, após o “The Intercept” divulgar detalhes do julgamento do empresário André de Camargo Aranha. Em setembro passado, ele foi inocentado da acusação de estupro feita pela jovem promoter e influencer catarinense Mariana Ferrer, 23. 

Durante o julgamento, que teve vídeos divulgados pelo “The Intercept”, Mariana acabou humilhada pelos advogados do empresário, que levaram imagens dela em fotos sensuais quando a jovem trabalhava como modelo. Um deles diz que “jamais teria uma filha” do “nível” de Mariana, e ainda ironiza: “não adianta vir com esse teu choro dissimulado, falso e essa lábia de crocodilo”.

“O caso de Mari Ferrer mostra o completo absurdo que é buscar justiça em um caso de violência sexual no Brasil. Em que nem mesmo o defensor dela a defendeu. É ser o tempo todo desacreditada, ser tratada como culpada ao invés de vítima”, lamenta a jornalista do Intercept, que ainda acrescenta.

“Presto minha total solidariedade a todas as vítimas que foram violentadas duplamente, primeiro fisicamente e depois pelo sistema. Não sara nunca. A gente sofre sozinha, é responsabilizada, duvidada. Eles saem por aí tranquilos. Queremos justiça”, finaliza. 

 

Fonte: O tempo

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