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Hugo Tadeu: A busca pela performance exagerada pode ser um risco


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Por Hugo Tadeu*

O ambiente da inovação está em plena efervescência. Na perspectiva das grandes empresas, a busca pela melhor compreensão do que realmente é inovar, com uma clara estratégia de negócio, processos, projetos, indicadores e cultura tem sido a busca de todos os dias.

Está mais do que evidente que não basta uma boa ideia, equipes geniais e doutores nas áreas de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) para inovar nas grandes empresas. Fundamentalmente, é preciso ter a boa e velha disciplina de gestão e buscar resultados.

Neste sentido, vários projetos vinculados às práticas de inovação corporativa aos investimentos em startups têm sido estruturados.

Pelo lado das startups, a profusão de projetos revolucionários é gigantesca. Basta ser no mínimo curioso, para visitar presencialmente e, até mesmo virtualmente, os principais espaços de incubação de empreendedores em grandes cidades brasileiras, para ter proximidade com gente visionária, com propostas interessantes para os mais importantes setores da economia brasileira e temas do universo tecnológico, por exemplo.

Na interface entre as grandes empresas e startups, tem-se uma ampla necessidade de aprendizado e parcerias. Para tanto, surgem os fundos de corporate venture capital (CVC), isto é, recursos das grandes empresas para comprar startups, aprender com as suas ideias e propostas revolucionárias. De uma forma geral, diversas empresas em solo brasileiro têm buscado este modelo de negócio, para acelerar o desenvolvimento de novos projetos, mercado e conquistar novos clientes.

Vale destacar, que além das inúmeras iniciativas de inovação das grandes empresas e startups, tem-se a pesquisa aplicada em universidades de altíssimo nível, em que os seus principais professores também buscam parcerias com potenciais investidores e na expectativa de aceleração das suas soluções técnicas.

Tanto a agenda da inovação nas grandes empresas, quanto nas startups e universidades é um assunto extenso e que demandaria mais artigos como este. Todavia, um assunto pouco debatido neste universo seria a relação ética entre os parceiros. A busca por recursos, a garantia de performance e crescimento pode estimular um comportamento fraudulento.

Dados de inúmeras pesquisas conduzidas nos Estados Unidos da América e na China, analisados pelo Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da FDC, trazem evidências de que as grandes empresas têm estimulado o crescimento do ecossistema de inovação, gerando visibilidade para as startups e buscando resultados concretos dos projetos.

Como consequência, percebe-se um comportamento controverso de empreendedores, com resultados duvidosos das suas iniciativas e dados questionáveis. Para tanto, caberia uma maior regulação e padrões mínimos éticos no ambiente da inovação.

Concluindo, recomendo assistir ao documentário “The Inventor: out for blood in Silicon Valley”, questionando a criação de uma empresa bilionária, a partir de uma grande proposta inovadora e geração de resultados espetaculares, porém fraudados. Vale a dica e a busca por mais profundidade.

*Hugo Tadeu é professor e pesquisador da Fundação Dom Cabral.

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Fonte: Exame

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