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Homem quer usar cães robôs para vasculhar lixão e encontrar fortuna perdida de US$ 890 mi em bitcoin


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R$ 890 milhões. Esse é o valor atual das 7.500 unidades de bitcoin armazenados em um disco rígido (HD) que James Howells jogou fora em 2013 durante uma faxina em sua casa no País de Gales.

Na época, as moedas já valiam bastante dinheiro, aproximadamente R$ 13,1 milhões. Desde então, o preço de cada bitcoin saiu de US$ 326,62 em novembro de 2013 para mais de US$ 22 mil atualmente, de acordo com dados do CoinMarketCap. Tudo isso sem levar em consideração que o valor atual da criptomoeda está bem abaixo de sua máxima histórica em US$ 69 mil.

O profissional de tecnologia da informação havia “minerado” as unidades da criptomoeda em 2009, logo após seu lançamento. O ato foi um voto de confiança no potencial inovador do bitcoin, sem pensar que um dia cada unidade valeria tanto dinheiro.

(Mynt/Divulgação)

No universo das criptomoedas, “minerar” significa utilizar poder computacional para validar transações em redes blockchain que funcionam sob o mecanismo de prova de participação (PoW) como a do bitcoin. Como recompensa, o minerador recebe unidades da moeda. Foi assim que Howells obteve as 7.500 unidades de bitcoin.

No entanto, em 2013, durante uma faxina em sua casa, Howells acabou jogando fora sem querer o disco rígido que continha as moedas. “Guardei o HD em uma gaveta por três anos e esqueci completamente dos bitcoins”, disse ele na época.

Assim que se deu conta do prejuízo, o britânico iniciou uma busca pelo item que era protegido por uma senha, impedindo que quem o encontrasse tivesse acesso às criptomoedas. No entanto, a recuperação do disco rígido se demonstrou mais difícil do que o imaginado, já que no aterro sanitário de Newport, cidade onde Howells mora no País de Gales, o lixo é enterrado de 3 a 5 metros abaixo do solo após três meses.

Após quase uma década tentando conseguir uma autorização do conselho da cidade para realizar buscas no aterro, James Howells evoluiu seu plano, que agora possui um orçamento de US$ 11 milhões e envolve o uso de inteligência artificial e cães robôs.

People take pictures and videos of Boston Dynamics Robot Dog named “Spot” during a presentation on the last day of the Web Summit in Lisbon on November 7, 2019. – Europe’s largest tech event Web Summit is held at Parque das Nacoes in Lisbon from November 4 to November 7. (Photo by PATRICIA DE MELO MOREIRA / AFP) (Photo by PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP /AFP via Getty Images) (Patricia de Melo Moreira/Getty Images)

De acordo com o Conselho de Newport, as negativas para a escavação no local têm razão ambiental. “O custo de escavação, armazenamento e tratamento do lixo seria de milhões de libras, sem a garantia de encontrar o equipamento ou de que ele esteja funcionando. Também explicamos diversas vezes que não temos licença para permitir esse tipo de escavação, que pode provocar enorme impacto ambiental nos seus arredores”, afirmou um porta-voz do Conselho no último ano.

Desde então, o britânico evoluiu seu plano de ação para recuperar o disco rígido de forma que espera conquistar a autorização das autoridades. Atualmente orçado em US$ 11 milhões – financiados por investidores de Venture Capital, o plano para escavar 110 mil toneladas de lixo conta com 8 especialistas em escavação de aterros sanitários, inteligência artificial, gerenciamento de resíduos e extração de dados, incluindo um consultor que trabalhou para a empresa responsável por recuperar os dados da caixa preta do ônibus espacial Columbia.

Além dos recursos humanos, haveriam dois cães robôs no modelo “Spot” da Boston Dynamics que procurariam pelo disco rígido durante o dia e fariam patrulhas no local à noite, e máquinas “Max-AI” para fazer a triagem dos itens encontrados.

“Estamos tentando alcançar este projeto com um padrão comercial completo”, disse Howells ao Business Insider. “Esta é a melhor situação em que já estive até agora. É a operação mais profissional que montamos e temos as melhores pessoas envolvidas.”

Após a escavação, o lixo seria limpo e, tanto quanto possível, seria reciclado. O resto seria enterrado novamente. “Não queremos prejudicar o meio ambiente de forma alguma”, afirmou o profissional de tecnologia da informação. “No mínimo, queremos deixar tudo em melhores condições.”

Seus planos também incluem a construção de um parque de energia solar ou eólica no topo do aterro assim que o projeto estiver concluído. Apesar dos novos detalhes do plano, a chance de o conselho concordar com sua visão em breve ainda parece pequena.

“Não há nada que o Sr. Howells possa nos apresentar que faria o conselho concordar”, disse um representante do conselho ao Business Insider. “Suas propostas representam um risco ecológico significativo, que não podemos aceitar e, de fato, somos impedidos de considerar pelos termos de nossa licença”.

Se Howells não conseguir o apoio do conselho, diz ele, seu último recurso será levar a autoridade local ao tribunal com a alegação de que suas ações constituem um “embargo ilegal” ao disco rígido. “Relutei em seguir esse caminho no passado porque não queria causar problemas”, disse.

Caso obtenha sucesso, o britânico pretende manter apenas 30% do patrimônio milionário contido no disco rígido. Outros 30% iriam para os investidores e o restante para causas locais, incluindo uma distribuição de frações de bitcoin para cada um dos 150 mil habitantes de Newport.

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Fonte: Exame

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