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ETFs de bitcoin vão “destravar trilhões em investimento”, diz executivo de maior corretora dos EUA


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A corretora de criptomoedas Coinbase, a maior dos Estados Unidos, avalia que os ETFs de bitcoin lançados no país têm potencial para “destravar trilhões em investimento” para essa classe de ativos. A projeção foi compartilhada por Fabio Plein, diretor regional para Américas da Coinbase, em uma entrevista exclusiva para a EXAME.

Na avaliação de Plein, os ETFs conseguem atrair um “novo capital” para o mercado cripto. “Hoje, são US$ 58 trilhões nos Estados Unidos vinculados aos bancos e empresas de investimento, que passam a ter um canal regulado para ofertarem essa classe de ativos para seus clientes”, explica.

Por isso, ele espera que o mercado tenha um “ciclo virtuoso”, que envolverá não apenas mais capital, mas também mais conhecimento sobre as criptomoedas: “Esses bancos têm uma força comercial, de marketing, muito grande, e a partir de agora os agentes de investimento vão precisar estudar, conhecer esses produtos para apresentar à base de usuários, explicar os benefícios, e aí o usuário também aprende mais”.

Plein afirma ainda que os novos ETFs de bitcoin – que já somam mais de US$ 10 bilhões em volume negociado em sete dias – não devem concorrer com as corretoras de criptomoedas. A tendência, pontua, é que “conforme o investidor avança na jornada com cripto, ele pode se interessar por outros ativos, disponíveis nas exchanges, e avança para outros tipos de investimento em cripto”.

Nesse sentido, os fundos de preço à vista do ativo tendem a ser muito mais uma porta de entrada para esses investidores e seu capital trilionário. “É muito mais uma relação de ganha-ganha, é um movimento que estimula o crescimento de demanda, aumenta o volume transacionado em cripto, e isso tem um impacto positivo de expansão da indústria cripto como um todo”, acredita.

O diretor da Coinbase para as Américas ressalta que a importância dos ETFs está em “dar acesso a produtos criptos para uma parcela gigante da população que antes não tinha esse canal. É uma entrada de capital que vai trazer mais liquidez para o bitcoin no longo prazo, uma pressão de aumento de demanda”.

Coinbase e ETFs de bitcoin

Apesar de não ter lançado um ETF próprio, a Coinbase está intimamente ligada a quase todos os fundos lançados na última semana. A corretora de criptomoedas – que segue regulações estaduais e tem ações negociadas na bolsa dos EUA – foi escolhida por oito das 11 gestoras com pedidos aprovados para realizar a custódia de bitcoins do fundo.

Plein explica que, na prática, a exchange realizará a guarda dos bitcoins que são adquiridos pelas gestoras para garantir que o ETF siga as variações de preço da criptomoeda. Além disso, ela ajudará na compra e venda do ativo dependendo da demanda e fornece “uma infraestrutura por trás da emissão dos ETFs”.

Entre as gestoras que escolheram a Coinbase está a BlackRock, a maior do mundo. Para o executivo, a escolha reflete que “as empresas confiam na Coinbase, no processo, nas tecnologias, para fazer a guarda do bitcoin em nome delas. É um reforço muito importante e estamos muito orgulhosos”.

A Coinbase oferece o mesmo serviço de custódia no Brasil, refletindo as divisões da exchange em serviços para o usuário final, clientes institucionais e desenvolvimento de soluções e produtos de Web3. A estratégia é semelhante a de outras exchanges brasileiras, que também intensificaram ações para o público institucional, caso da Mynt, ligada ao BTG Pactual.

“Pra gente, esse tipo de serviço é um passo muito importante, não à toa temos essa vertical, mas o objetivo em última linha é garantir a adoção de cripto como uma tecnologia que impacte positivamente na vida das pessoas. É uma posição que permite ser esse parceiro de grandes players do mercado”, explica Plein.

Além disso, a escolha da Coinbase ocorreu mesmo em meio a um processo aberto pela SEC contra a corretora de criptomoedas. Plein considera que as escolhas são “um sinal positivo” para a empresa, e que os novos ETFs de bitcoin tendem a qualificar e incentivar o debate sobre a criação de uma regulamentação específica para o setor.

“O que estamos buscando é uma solução durável de longo prazo para a indústria cripto como um todo, com regras claras para o setor. A SEC tem uma abordagem de regulação por litígio, bem diferente da abordagem de outros países, como o Brasil, que é por debate, entendendo as características da classe de ativos. E é uma postura que machuca a competitividade dos EUA no setor”, defende,

“A aprovação dos ETFs, com nomes tão fortes como os que apareceram, dando uma val para classe de ativos, é um ponto importante que pode influenciar esse debate. Temos a visão da necessidade e importância de criação de regulação no Congresso [dos EUA], com estrutura regulatória para o mercado, estamos buscando isso”, diz.

Até o momento, o executivo avalia que o desempenho dos ETFs de bitcoin “têm sido super positivo, com números significativos movimentados e somas maiores que de outras classes de ativos”. Já sobre o pessimismo e decepção de investidores, ele destaca que “uma coisa é o resultado, outra é a expectativa criada. Mas é uma criação que não se realiza em uma semana, é muito mais algo de longo prazo, de crescimento, a visão de como vai estar a classe de ativos daqui a 10 anos. O resultado é de uma adoção positiva”.

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Fonte: Exame

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