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Rondônia, segunda, 17 de fevereiro de 2025.


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Em seis meses, Covid-19 já matou mais no Brasil do que dois anos de homicídios


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Há seis meses, no 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou oficialmente que a Covid-19, causada pelo então quase desconhecido vírus Sars-Cov-2, estava em estado de pandemia. Tedros Adhanom, diretor geral da entidade, declarou, naquele dia: “A OMS tem tratado da disseminação (da Covid-19) em uma escala de tempo muito curta, e estamos muito preocupados com os níveis alarmantes de contaminação e, também, de falta de ação (dos governos)”. 

No período, a doença apagou a história de mais de 910 mil pessoas no mundo, e o vírus infectou mais de 28 milhões de pessoas. No Brasil, ela não foi menos devastadora – nesta sexta-feira (11), o país ultrapassou a marca de 130 mil mortes por Covid-19, pouco mais de um mês depois de ter chegado à cifra de 100 mil óbitos. Conforme atualização do Ministério da Saúde, já são 4.282.164 casos confirmados e 130.396 vidas perdidas.  

Só em território brasileiro, em seis meses, a pandemia matou mais do que as explosões nucleares em Hiroshima e Nagasaki, que tiveram cerca de 129 mil fatalidades, mais do que o somatório de todos os homicídios registrados em 2017 e 2018 segundo o Altas da Violência, de 123.558 óbitos, e 45 vezes mais do que as vítimas do atentado contra as torres gêmeas, nos Estados Unidos, que, nesta sexta, completa 19 anos. 

“Estamos praticamente vencendo a pandemia. O Brasil foi um dos países que menos sofreu com a pandemia, dada às medidas tomadas pelo governo federal”, afirmou nesta sexta em visita às obras da Ferrovia de Integração Oeste Leste (FIOL), na Bahia, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). 

As palavras do chefe do Executivo são pouco referendadas pelo o que o Ministério da Saúde, sem gestão definida há mais de 100 dias, divulga. Após meses com média de mais de 1 mil novos registros de mortes diárias, o país agora vive uma estabilização relativa em relação ao avanço nos números, segundo a pasta.

Em coletiva de imprensa nessa quarta-feira (9), técnicos do Ministério da Saúde apresentaram o boletim semanal detalhado da Covid-19, que analisa a progressão da doença semana a semana. 

Conforme o documento, entre as semanas epidemiológicas 35 e 36 (confira aqui o calendário), houve aumento de 5% no número de novos diagnósticos, com média diária de 39.550, e queda de 8% no número de mortes por coronavírus, com média 820 de registros de óbito por dia. 

O Brasil, longe de vencer a doença, está em estado de “platô”, quando os números se estabilizam. Contudo, mesmo sem crescerem, permanecem em um patamar alto – como admitem os representantes da pasta. 

“O governo fez tudo para que os efeitos negativos da mesma fossem minimizados, quer seja com o auxilio emergencial, que atingiu 65 milhões de pessoas no Brasil, quer seja com estímulos a pequenas e micro empresas com crédito, quer seja investindo, também massivamente na questão de meio e recursos para que governadores e prefeitos não faltassem, junto à saúde, como atender aos possíveis infectados”, completou o Bolsonaro no evento. 

Aprovação de Bolsonaro sobe em meio à crise

No embalo do auxílio emergencial concedido pelo governo após embates no Congresso, a aprovação do presidente Jair Bolsonaro continua em alta, em especial entre classes mais pobres da população brasileira. 

Conforme pesquisa Exame/Ideia, divulgada nesta sexta-feira, o chefe do Executivo agrada a 40% dos brasileiros – e desagrada o mesmo percentual. Há 19% que nem aprovam, nem desaprovam a gestão dele e 1% que não souberam opinar.

Nesta semana, Bolsonaro anunciou prorrogação do auxílio emergencial, com valor reduzido pela metade, até o final de dezembro. 

Inicialmente rejeitado pela equipe econômica – que pretendia usar a cifra de R$ 200 para o benefício – agora, ele é um carro-chefe da política social do governo.

Vacina ainda indefinida

Apesar de a Rússia ter avançado com testagem em civis com a Sputnik V, vacina da Gameleya contra o coronavírus, a imunização segue incerta. Os testes com a “vacina de Oxford”, produzidos pela AstraZeneca ¬– que mantém parceria com o governo brasileiro – foram paralisados após uma paciente ter sofrido reações adversas com a administração. 

Isso pôs em xeque as previsões mais otimistas do ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, que chegou a afirmar na semana passada que o a vacinação poderia começar ainda no final deste ano no país. 

Em corrida pela imunização, mais de 140 vacina estão em fase pré-clínica em todo o mundo. São 19 que correm na primeira fase de testagem, 13 na segunda e, na terceira, quando há aplicação em larga escala, há três, com a paralisação da AstraZeneca

Isolamento restrito cai

Entre o início de julho e a terceira semana de agosto, cerca de 10 milhões de brasileiros deixaram o isolamento social rigoroso, segundo a Pnad Covid-19, pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A queda das taxas de isolamento se agravou em agosto, quando, entre a segunda e a terceira semana daquele mês, 2,8 milhões de pessoas deixaram de praticá-lo rigorosamente. Com isso, chegou-se a 41,6 milhões de pessoas respeitando o isolamento, ante 44,4 milhões na semana anterior – baixa de 2,8 milhões de pessoas. Na mesma semana, 87,6 milhões de pessoas afirmavam que só saiam de casa em caso de necessidade.

Fonte: O tempo

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