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Economia da América Latina e Caribe terá maior queda da história, afirma Cepal
A economia da América Latina e do Caribe pode ter a maior retração da história com a crise provocada pela pandemia do cornoavírus.
A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) divulgou nesta terça-feira (21) um novo relatório prevendo uma queda de 5,3% do PIB da região. A previsão para o Brasil é uma queda de 5,2% do PIB.
Na história, uma queda desse porte só foi vista durante a grande depressão de 1930, quando o PIB caiu 5%, ou durante a Primeira Guerra Mundial, em 1914, com a redução e 4,9%.
A América Latina e o Caribe já acumulavam sete anos de baixo crescimento, com uma média de 0,4% entre 2014 e 2019.
A secretária-executiva da Cepal, Alicia Bárcena, diz que a situação indica um forte aumento do desemprego, da pobreza e da desigualdade.
A taxa de desemprego de toda a região teria um aumento de 3,4% em comparação a 2019, chegando a uma média de 11,5%. O IBGE registrou 11,6% de desemprego no Brasil no final de fevereiro.
A taxa de pobreza da América Latina e do Caribe aumentaria 4,4% durante 2020, passando para 34,7% da população, um aumento de 29 milhões de pessoas. Já a extrema pobreza cresceria 2,5%, chegando a 13,5% das pessoas, com mais de 16 milhões na miserabilidade.
Para a Cepal, a região sofrerá com a redução do comércio internacional; a queda nos preços dos produtos primários; agravamento das condições financeiras mundiais; menor demanda do turismo e redução das remessas de recursos.
A América do Sul será a mais afetada, devido à influência da queda da atividade da China, um importante importador da região.
A Cepal indica a necessidade de mudanças nas cadeias produtivas globais para uma retomada econômica. Para o órgão será preciso diversificar os fornecedores mundiais, privilegiando locais mais próximos dos consumidores finais e fortalecendo as indústrias nacionais estratégicas. Haverá uma economia mais regionalizada em três polos: Europa, América do Norte e leste da Ásia.
A Cepal reforça que a região deve avançar rumo a uma maior integração regional e buscar um novo estilo de desenvolvimento com igualdade e sustentabilidade ambiental.
Fonte: Ag. Brasil