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Djamila Ribeiro faz boletim de ocorrência após ameaças contra a filha no Twitter
A escritora e filósofa Djamila Ribeiro é uma das vozes mais atuantes no país contra o racismo. Nesta semana, ela voltou a ser vítima de ataques preconceituosos. Na verdade, a filha dela.
Djamila registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de São Paulo após a sua filha adolescente receber uma ameaça. A Polícia Civil investiga o caso.
Na mensagem, o autor diz: “Nós sabemos onde sua mãe mora! Não tem arrego!”
A filósofa declarou que, apesar de sempre receber “mensagens odiosas”, que nunca as “abalaram”, no domingo (26) enviaram mensagens também para sua filha. Nas redes sociais, Djamila disse que “trata-se da exploração econômica do racismo e da misoginia”.
“Eu fiz boletim de ocorrência, pois é inadmissível que esse tipo de perseguição aconteça, agora direcionada a uma adolescente”, escreveu a filósofa.
Para Djamila, as ameaças são “um ataque irresponsável que pode colocar a vida de uma pessoa em risco”.
Em uma postagem no Instagram, a ativista ainda cita uma pesquisa da Anistia Internacional que revela “que mulheres negras estão 84% mais propensas a receberem tweets problemáticos do que mulheres brancas”.
“Segundo a tese de doutorado do PHD em Sociologia Luiz Valério Trindade, as mulheres pretas são as maiores vítimas de discurso de ódio nas redes sociais em geral e no Twitter, em particular. Ele explica que isso se dá pelo incômodo que a ascensão e protagonismo delas causa em uma sociedade racista e machista’, completa.
A escritora também afirmou que entraria com uma representação contra o Twitter no Ministério Público por propagar a difusão de notícias e mensagens que incentivam a propagação do ódio a mulheres negras.
Em nota, o Twitter disse que possui regras de conteúdo e caso perceba violações, há medidas cabíveis. “O Twitter tem regras que determinam os conteúdos e comportamentos permitidos na plataforma. Violações a essas regras, que seguem em constante evolução para fazer com que as pessoas se sintam mais seguras ao usar a plataforma, estão sujeitas às medidas cabíveis.”
Fonte: O tempo