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Com alta dos combustíveis, Petrobras lucra R$ 54,3 bilhões no 2º trimestre


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A Petrobras anunciou um lucro líquido de R$54,3 bilhões durante o segundo trimestre de 2022. O balanço com o desempenho financeiro da estatal foi publicado na noite desta quinta-feira (28), horas após a companhia aprovar o pagamento recorde de R$ 87,8 bilhões em dividendos aos acionistas. O valor alcançado é próximo ao que foi noticiado por O TEMPO, a partir de estimativas do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep). 

Com o valor obtido, a Petrobras finaliza o primeiro semestre com um faturamento líquido de R$ 98,8 bilhões, já que entre janeiro e março a empresa já havia informado superávit de R$ 44,5 bilhões. Conforme a estatal, o desempenho reflete “principalmente a valorização do preço do petróleo (Brent) no período” ainda como reflexo da guerra entre Rússia e Ucrânia.

Em contrapartida, o desequilíbrio em torno do barril de petróleo encareceu o preço dos combustíveis no Brasil, dificultando a vida do motorista, já que gasolina e diesel são comercializados em valores que seguem política de precificação internacional. Entre abril e junho, o preço da gasolina variou no país em patamar acima de R$ 7 e chegou a ultrapassar R$ 8 em alguns municípios. Já o diesel, saltou da faixa de R$ 6,70 para valores acima de R$ 7,60, conforme levantamentos feitos pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) no trimestre. 

O lucro obtido pela Petrobras é recorde e superou a marca que havia sido alcançada no primeiro trimestre do ano. Além da valorização do barril de petróleo, a estatal argumenta que o resultado foi impactado “pelo ganho de capital de R$ 14,2 bilhões referente ao acordo de coparticipação em Sépia e Atapu”.

Considerando a receita total, a Petrobras encerra o segundo trimestre com receita de R$ 170,9 bilhões, alta de 54,4% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. O Ebitda, indicador que mede a geração de caixa de uma companhia, subiu 58,6%, para R$ 90,2 bilhões. A dívida bruta da companhia ficou em US$ 53,6 bilhões (R$ 277,6 bilhões, ao câmbio atual), abaixo dos US$ 65 bilhões estipulados como meta pela gestão da empresa
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“A redução do endividamento bruto, o elevado nível de geração de caixa e a sólida liquidez permitiram à companhia aprovar um pagamento de remuneração ao acionista no montante de R$ 6,73 por ação ordinária e preferencial”, justificou a estatal.

De acordo com o pesquisador do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) Mahatma dos Santos a distribuição recorde de dividendos e os resultados apresentados são fruto dos sucessivos aumentos de preços realizados pela Petrobras.

“Ademais, revela que a gestão da estatal tem sido direcionada para atender a um conjunto de interesses relacionados ao calendário eleitoral e não aos interesses da sociedade como um todo. As altas nos preços dos derivados turbinam os dividendos que serão repassados ao governo federal, mas reduzem os investimentos de longo prazo da companhia e impulsionam a inflação”, comentou. 

Somente com o repasse de dividendos da Petrobras que o governo federal tem direito por ser acionista principal, vai ser possível arcar com os custos da PEC Kamikaze com sobras.

(*Com Folhapress)

 

Fonte: O tempo

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