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Camil (CAML3): lucro líquido encolhe 12% no 2º tri fiscal, para R$ 93,9 milhões


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Com a demanda ainda firme por alimentos, em especial no exterior, e a entrada em novas categorias, a fabricante de alimentos Camil (CAML3) viu o volume vendido no segundo trimestre fiscal (encerrado em agosto) crescer 13,8% ante mesmo período do ano anterior. A receita líquida avançou 21,5%, para R$ 2,70 bilhões. Mas os juros elevados seguiram abocanhando parte do desempenho da companhia e pesando sobre a linha final do balanço: o lucro líquido caiu 11,8%, para R$ 93,9 milhões. No primeiro semestre, a queda foi de 11,2%, para R$ 190,7 milhões.

As despesas financeiras cresceram, explica o diretor financeiro da companhia, Flávio Vargas, em entrevista à Exame Invest. Essas despesas somaram R$ 138 milhões, um avanço de 79,9% na base anual.

Os juros mais caros também acabam afetando a empresa na linha operacional. Em patamares elevados, os juros básicos pesam sobre o capital de giro do varejo, que fica mais restritivo na gestão de estoques. “Foi um trimestre que, do ponto de vista operacional, não foi fácil. Aqui no Brasil teve impacto de volume. Sentimos no final desse trimestre um ajuste no capital de giro vindo dos clientes”, conta Vargas

Brasil x Exterior

No Brasil, o volume vendido caiu 0,7% no segundo trimestre fiscal, encerrado em agosto, para 388,8 mil toneladas, na comparação com mesmo período de um ano antes. No semestre, o recuo nas vendas pro país foi de 2,4%, para 779,7 mil toneladas.

Se o varejo faz ajuste de 10 dias no capital de giro, é como se a indústria perdesse quase meio mês de vendas. Mas na demanda final, do consumidor, aind anão vimos mudanças”, diz Vargas. Ele espera, porém, que as novas parcelas do Auxílio Emergencial comecem a ter efeito positivo nas vendas finais e ajudem a puxar a demanda do varejo alimentar.

Na contramão, no exterior, o volume vendido saltou 49%, para 240,8 mil toneladas, e avançou 48% no semestre, para 413,0 mil toneladas. Foi essa operação que puxou o crescimento do volume de vendas consolidado no trimestre, que avançou 13,8%, para 629,5 mil toneladas.

Novo perfil

Mas, segundo Vargas, a estratégia da companhia de ampliar o portfólio já está ajudando a melhorar o desempenho e as margens. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) atingiu R$209 milhões no trimestre, um crescimento de 9%. Enquanto somou R$453 milhões no semestre, salto de 21% frente ao mesmo período no último exercício.

“Começa a mostrar a velocidade das novas categorias. Entramos em massa, compramos nova empresa no Uruguai de alimentos saudáveis, entramos em café e mais recentemente em biscoito. Tudo isso reforça um ciclo novo que começamos a percorrer”, diz Vargas. A companhia irá incorporar as atividades da Mabel, fabricante de biscoitos comprada em agosto, em 1º de novembro.

Segundo, Vargas, a companhia tem conseguido fazer reposição com “custos razoáveis” para a farinha de trigo, cujo preço subiu com a pressão da guerra na Ucrânia. A companhia passou a depender também dessa matéria-prima pela aquisição da Santa Amália, de massas.

Alavancagem

Depois de ir às compras, a Camil agora deve colocar o pé no freio. Com os juros elevados e nível de alavancagem a 2,6x a dívida líquida sobre o Ebitda, a companhia ainda teria condições de fazer um “cheque superior a R$ 1 bilhão”, diz Vargas, mas esse contexto atual tem exigido “ser mais criterioso” na alocação de capital e na velocidade de implantação dos projetos aprovados.

Fonte: Exame

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