Conectado por



Nacional

Cai volume de lixo estrangeiro encontrado no litoral norte de SP


Compartilhe:

Publicado por

em

A quantidade de lixo plástico estrangeiro achado no litoral norte de São Paulo foi menor este ano e em 2020 em relação ao período antes da pandemia de Covid-19.

Embalagens plásticas com rótulos escritos em outras línguas são recolhidas por membros do Instituto Argonauta, uma Oscip (Organização da Sociedade Civil) do segmento ambiental que atua no litoral paulista.

As praias no litoral norte onde membros da entidade mais acharam recipientes plásticos foram Guaecá, Maresias, Boraceia, Paúba e Toque-toque Grande, em São Sebastião, além de outras em Caraguatatuba e em Ubatuba.

Embora em menor quantidade em relação ao lixo local, a presença dessas embalagens com rótulos estrangeiros serve de alerta para ONGs ambientais. Em 2021, foram encontrados 37 objetos, segundo o Argonauta. Já em 2020 foram 82, número menor que em 2019: 118.

Entre as hipóteses de como esse lixo foi parar no litoral norte, levantadas pelo oceanógrafo e presidente do instituto, Hugo Gallo Neto, está a de que ele seja do descarte feito por tripulações, e ocasionalmente de cargas dos navios atracados nos portos de Santos e São Sebastião.

A tese está baseada em estudos feitos após o acidente com o navio Pantanal, da empresa Log In, ocorrido no porto de Santos, em agosto de 2017, que causou a queda de mais de 40 contêineres no mar. Nos dias seguintes, a carga passou a ser encontrada pela equipe do Argonauta em todo litoral norte.

“Esses contêineres afundaram, e o lixo começou a ser achado aqui em Ubatuba pela nossa equipe. Bolinhas de [árvore de] Natal, tampas de privada, bicicletas, ar-condicionado… Mas, especialmente, as bolinhas de Natal serviram como ‘garrafas de deriva’, termo usado na oceanografia para identificar o movimento das correntes”, explica Hugo.

“Concluímos que, a depender da época do ano e das correntes, o lixo que é jogado no porto de Santos vem parar aqui”, diz. O episódio, segundo ele, ajudou a traçar uma probabilidade de percurso.

Apesar de os recipientes estrangeiros serem achados em menor volume, o resíduo nacional preocupa as autoridades locais. Sylvio Bohn, secretário do Meio Ambiente de Ubatuba, reconhece o problema.

“A atual gestão municipal está preocupada com o aumento da presença de lixo nas praias de Ubatuba. Embora a conscientização tenha melhorado, e apesar das ações de ONGs, condomínios e alguns comerciantes que colaboram no recolhimento dos resíduos, nota-se que o crescimento de lixo nas praias a cada dia exige ações mais severas”, diz Bohn.

Além de poluir as praias, o risco dos resíduos é o de ser engolido pelos animais marinhos. Ambientalistas já encontraram máscaras no estômago de pinguins mortos no litoral paulista.

De acordo com a assessoria de comunicação do porto de Santos, há regulamento para tratar do lixo, contudo, neste caso, a fiscalização não caberia ao porto, mas à Marinha e ao Ibama.

“Os procedimentos de retirada de resíduos de embarcações pela Autoridade Portuária do Porto de Santos se referem às atividades desenvolvidas nos limites da poligonal do Porto Organizado de Santos”, diz a nota.

“Atividades realizadas fora desses limites devem obedecer à Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição Causada por Navios (Marpol 73/78) e às Leis Federais correlatas, cuja responsabilidade de fiscalização é da Marinha do Brasil e do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama)”, encerra a assessoria.

Fonte: O tempo

Publicidade

Mais notícias

Compartilhe: