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Butantan diz se espantar com fala de Bolsonaro sobre não comprar CoronaVac


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Após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) desautorizar o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em relação à compra de 46 milhões de doses da vacina CoronaVac pelo Ministério da Saúde na manhã desta quarta-feira (21), a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e o Instituto Butantan se pronunciaram e disseram receber com “surpresa e indignação” a declaração por parte do governo federal.

Em nota enviada à imprensa, as entidades disseram que a “postura vai na contramão de todos os avanços conquistados até aqui nas negociações”, que contaram com reuniões presenciais entre Pazuello, Jean Gorinchteyn, secretário de Saúde de São Paulo, Dimas Tadeu Covas, diretor do Butantan, e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). A pasta informa ainda que o acordo teve o apoio de 24 governadores para disponibilizar a “vacina a todos os brasileiros”.

O texto lembra que o próprio ministro da Saúde afirmou que “a vacina do Butantan será a vacina brasileira”. “A frase é clara e sequer dá margem para interpretações divergentes, sendo descabida a afirmação do ministério de que houve ‘uma interpretação equivocada'”, diz a nota.

Ainda na nota, a pasta afirmou que a “vacina é mais segura em comparação às outras”, com menor percentual de efeitos colaterais nos ensaios clínicos até então, e espera que o governo federal honre seu compromisso.

“O compromisso do governo do estado de São Paulo é disponibilizar aos brasileiros uma vacina comprovadamente segura, após a conclusão de todos os ensaios clínicos e as devidas aprovações nos órgãos regulatórios, como a Anvisa.”

Como mostrou a Folha, Pazuello enviou no dia 19 de outubro um ofício a Dimas Covas em que confirma a compra de 46 milhões de doses da CoronaVac, e Bolsonaro sabia da intenção da compra desde o último final de semana.

Mesmo assim, o presidente recuou após pressão de apoiadores nas redes sociais e disse que a vacina da Sinovac não será comprada.
Após a reação de Bolsonaro, o Ministério da Saúde apagou de sua página no Twitter a mensagem em que dizia claramente que o ministro Eduardo Pazuello, que comanda a pasta, anunciou, na quarta (20), “a assinatura de protocolo de intenções para adquirir 46 milhões de doses da Vacina Butantan-Sinovac/Covid-19, e desenvolvimento pelo @butantanoficial”.

Em entrevista à imprensa no Congresso Nacional, em Brasília, Doria disse que não é razoável o presidente não respeitar a decisão de Pazuello. “Não há razão para recriminar um ministro da saúde por ter agido corretamente em nome da ciência e da vida”, declarou o tucano.

Gorinchteyn disse, também no Congresso, que o “coronavírus veio para ficar” e que “se não tivermos vacinas não poderemos proteger vidas e voltar ao normal.” O secretário de Saúde de São Paulo defendeu ainda o compromisso histórico do Butantan na produção de imunobiológicos ao SUS. O instituto é responsável, juntamente com a Fiocruz (Bio-manguinhos), por 75% das vacinas que integram o Programa Nacional de Imunização (PNI).

Dimas Covas afirmou que os frascos das vacinas da CoronaVac terão a inscrição “Ministério da Saúde/Instituto Butantan/PNI”. “Nós vamos produzir essa vacina no Butantan, temos mais de 2.500 funcionários trabalhando dia e noite para que essa vacina chegue o mais rápido possível a toda a população.”

O diretor afirmou ainda que, caso não haja o financiamento oficial do governo federal, o instituto vai buscar arrecadar financiamento para a vacina de outras fontes, incluindo a privada, e poderá até mesmo doá-la integralmente ao PNI, como já fez no passado com outras vacinas.

Como não houve a apresentação dos dados da Covid-19 no estado no Palácio dos Bandeirantes, os dados do coronavírus em São Paulo foram divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde na tarde desta quarta-feira (21). Segundo a pasta, 4.299 novos casos foram registrados nas últimas 24 horas e houve 125 novos óbitos nesse período.

As taxas de ocupação de leitos de UTI, tanto no estado quanto na Grande São Paulo, estão em 40,5%. São Paulo tem até o momento 1.073.261 casos acumulados de Covid-19 e 38.371 óbitos.

Fonte: O tempo

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