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Bússola Play: Rainha Elizabeth II é homenageada em Stonehenge e pagãos reclamam


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A comemoração do jubileu de platina de Elizabeth II tem agitado o Reino Unido nos últimos dias. A mais longeva monarca à frente da nação – 70 anos de reinado – move multidões por lá, ainda mais com um feriado de quatro dias estabelecido pelo governo.

Em um dos tantos eventos sobre o assunto, imagens da rainha foram projetadas em oito partes de Stonehenge, a famosa estrutura de pedras com até cinco metros de altura que formam um círculo.

Organizada pelo English Heritage, órgão do governo inglês que cuida de sítios históricos, a exposição pretendia ser uma “homenagem fascinante unindo dois ícones britânicos”, segundo o Twitter da organização. Porém, nem todo mundo gostou.

E eis uma interessante discussão.

Stonehenge tem sido um mistério por séculos. Construído em vários estágios entre 3000 e 1500 aC, se alinha a corpos celestes. Uma teoria sustenta que teria sido usado como algum tipo de calendário solar. E escavações recentes encontraram corpos humanos, sugerindo que seria um cemitério.

Entretanto, é para os pagãos (de maneira resumida, quem acredita em mais de um deus e não adota o batismo) que existe o significado mais forte. É um local sagrado, com peregrinações e cerimônias religiosas. E mexer com religião nunca é bom.

Stonehenge atrai cerca de 1,5 milhão de visitantes por ano, mas os pagãos reclamam e alegam que não se trata de uma atração turística. Agora, com a projeção da rainha, o embate voltou.

Em 2011, já houve um alvoroço em resposta à ideia de iluminar o monumento à noite. Onze anos depois, o Twitter foi a ferramenta para dar voz aos descontentes.

Como Elizabeth II também é a governante suprema da Igreja da Inglaterra, mesmo que em um título simbólico, foi jogada ainda mais lenha na fogueira.

Historicamente, os protestos pagãos não impediram o governo de projetar em Stonehenge. Imagens de soldados da Primeira Guerra Mundial estiveram nas pedras em novembro de 2014, como parte de um serviço memorial. E, no final de 2020, foram exibidos rostos de oito pessoas que ajudaram a cuidar de patrimônios durante a pandemia da Covid-19. Desta vez, o governo também fez ouvido mouco.

É uma discussão difícil. Mexer com a crença machuca as pessoas. Do outro lado, fica a comparação com projeções em igrejas ou templos, o que não necessariamente fere a crença da pessoa, desde que não seja um tema que afronte o que se crê.

Os pagãos do Reino Unido são poucos diante do cristianismo e demais religiões. Mas não é por isso que devam ser ignorados. Que no próximo episódio se encontre uma solução que contente a todos.

*Danilo Vicente é sócio-diretor da Loures Comunicação

 

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Fonte: Exame

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