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Brasil registra nove óbitos por síndrome inflamatória rara associada à Covid-19


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A Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (MIS-C), potencialmente relacionada à Covid-19, levou pelo menos nove crianças e adolescentes à morte no Brasil. O número de óbitos triplicou desde julho, quando eram três registros, todos eles no Rio de Janeiro. De acordo com dados do Ministério da Saúde, atualizados no dia 8 de agosto, outros estados já registram óbitos agora: há uma morte na Bahia, duas no Pará, duas no Ceará e uma em São Paulo. O número de registros da síndrome também aumentou, passando dos 71 de julho a 117 na segunda semana de agosto.

Em Minas Gerais, há seis casos de suspeita da síndrome sendo investigados pelo ministério, e nenhum óbito suspeito. A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) informa que eles se distribuem entre as macrorregiões de saúde Central e Noroeste e foram atendidos pelo sistema de saúde de Belo Horizonte. Atualmente, a capital mineira monitora dois casos de crianças com dois anos de idade com boa evolução, de acordo com a prefeitura do município. 

A maioria dos pacientes no Brasil têm até 4 anos de idade — foram 48 crianças dessa faixa etária, e seis delas morreram. A seguir, vêm as crianças que têm entre 5 e 9 anos — foram 36 atingidas, com um óbito confirmado. Outras 28 pessoas, dos 10 aos 14 anos, desenvolveram a síndrome e duas meninas morreram. Já entre adolescentes dos 15 aos 19 anos não houve registro de óbitos e há notificação da síndrome em apenas cinco meninos. A maior parte dos pacientes é do gênero masculino: são 69. 

Entenda o que é a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica

A relação entre a MIS-C e a Covid-19 ainda não é totalmente clara para cientistas. A síndrome, considerada rara, causa uma inflamação generalizada no corpo e pode levar à morte. Uma das hipóteses científicas para explicá-la é que, após a resposta do corpo à Covid-19, o sistema imunológico ataque o próprio organismo. 

A síndrome atinge apenas crianças e adolescentes e surge até quatro semanas depois da contaminação pelo coronavírus, ainda que a pessoa não tenha manifestado sintomas da Covid-19. O quadro é similar ao da também rara Síndrome de Kawasaki — o Ministério da Saúde não tem um registro nacional do número de casos da síndrome, pois ela não é uma das doenças que Estados são obrigados a notificar. 

A pediatra Andréa Lucchesi, do hospital infantil João Paulo II, em Belo Horizonte, conta que os atendimentos a casos similares à Síndrome de Kawasaki têm aumentado na instituição, que recebe pacientes com até 14 anos. Segundo ela, houve 11 registros neste ano. 

“A criança tem febre com duração de mais de três dias e sintomas como olhinho vermelho, mãozinha inchada, cansaço com dificuldade para fazer atividades habituais, sintomas gastrointestinais, como diarreia, vômito e náusea. O pai percebe que o menino está bem doente”, detalha. Os sintomas podem se confundir a outras doenças, como dengue, por isso o diagnóstico demanda exames laboratoriais para indicar se há inflamação no corpo. Também é importante saber se a criança testou positivo para Covid-19 ou teve contato com casos confirmados da doença nos últimos 30 dias. Como a Síndrome de Kawasaki, a MIS-C tem tratamento, geralmente à base de corticoides e imunoglobulina (anticorpos). 

Confira os Estados onde houve registro da Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica:

  • Bahia: 11 casos e um óbito
  • Rio Grande do Norte: quatro casos
  • Distrito Federal: quatro casos
  • Pernambuco: cinco casos
  • Piauí: três casos
  • Rio de Janeiro: 22 casos e três óbitos
  • Pará: 13 casos e dois óbitos
  • Ceará: 41 casos e dois óbitos
  • São Paulo: 14 casos e um óbit

Fonte: O tempo

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