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Bolsonaro queria questão sobre ditadura no Enem: ‘Começar a História do zero’


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Após críticas que vem recebendo depois de ter dito que a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) agora “tem a cara do governo”, o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), aproveitou cerimônia no Palácio do Planalto, nesta quarta-feira (24), para comentar o assunto.

“Olha as provas do Enem como eram há pouco tempo, questões que não tinham nada a ver com o nosso futuro. Estamos aos poucos mudando isso”, afirmou Bolsonaro. 

Em seguida, falou sobre a acusação de interferência ideológica no exame. “Se eu pudesse interferir, a prova estaria marcada para sempre com questões objetivas, e não com questões ideológicas que ainda saíram nessa prova”, reiterou o presidente. 

“Eu queria sim botar uma questão lá, se pudesse, quem foi o primeiro general que assumiu em 64? Em que data? A maioria do pessoal da imprensa iria errar. O que eu queria com isso? Não é discutir o período militar, é começar a História do zero”, disse ainda Bolsonaro.

As declarações foram feitas na cerimônia para certificar 43 das 127 escolas básicas da rede pública municipal, estadual e do Distrito Federal que aderiram ao Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim). 

O programa foi instituído pelo decreto nº 10.004, de setembro de 2019. A expectativa do governo federal é antecipar a meta prevista para 2023 e conseguir atingir 216 escolas militarizadas até o final do próximo ano.

Segundo o ministro da Educação, Milton Ribeiro, há mais de 300 municípios na fila de espera querendo assumir o modelo militar de ensino, mas o governo não tem condições financeiras de atender a todos. 

De 2019 para cá, não foi levantado e divulgado relatório comprovando a melhoria dos índices de evasão escolar e violência no ambiente educacional. Mas, de acordo com Ribeiro, os índices poderão ser medidos “num futuro próximo”. 

“Nós não somos irresponsáveis. Nosso governo é responsável ao estabelecer a escola cívico-militar proposta de maneira a avaliar se estão alcançando os objetivos propostos e almejados”, disse o ministro da Educação, justificando a certificação das escolas que cumpriram o que foi determinado pelo decreto do governo federal.

Ainda de acordo com o ministro da Educação, em coletiva de imprensa, os militares que atuam na área administrativa e disciplinar das escolas recebem formação para esse trabalho.

“Uma das nossas premissas na capacitação de militares é lembrá-los que eles não estão num quartel, que são alunos e devem ser tratados de maneira diferente”, alegou Ribeiro.

O diretor de políticas para escolas cívico-militares do Ministério da Educação, Gilson Passos, reforçou que não há comprovação da eficiência das escolas militarizadas, mas disse que o governo se baseia nos relatos de prefeitos e diretores.

“Apesar de ainda ser cedo para mensurar impactos do Pecim, mas baseado em relatos de prefeitos e diretores, é possível perceber o aumento pela procura de vagas nas escolas, e que as questões de abandono, evasão e violência escolar não são mais as principais preocupações dos diretores”, disse Passos. 

Sobre a capacitação dos militares, o diretor informou que há diretrizes para orientar os militares e não cabe a eles disciplinar os alunos. “Esse assunto é repassado à Secretaria de Educação e ela conduz a situação disciplinar do aluno”. 

A afirmação do diretor, no entanto, não coincide com a informação disponível no site da Força Aérea Brasileira, na página destinada às orientações para a contratação de militares da reserva que querem atuar nas escolas cívico-militares. 

Na página, no trecho dedicado a explicar especificamente o Pecim, informa-se: “O Decreto nº 10.004 determina que a contratação será feita pelas Forças Armadas, sob coordenação do Ministério da Defesa, para que os militares da reserva atuem na disciplina dos alunos, no fortalecimento de valores éticos e morais; e na área administrativa, no aprimoramento da infraestrutura e organização das escolas e dos estudantes”. 

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Fonte: O tempo

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