Bolsonaro diz que Mendonça poderá beneficiar pautas conservadoras no STF

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a dizer, nesta terça-feira (26), que pediu a André Mendonça, pastor e ex-advogado-geral da União indicado à vaga no STF (Supremo Tribunal Federal), para que inicie as sessões na Corte com uma oração cristã. 

“Pedi para ele, ‘quero que toda semana você comece a primeira sessão com uma oração dentro do Supremo Tribunal Federal, que você leve a mensagem que todos nós queremos'”, disse Bolsonaro.

“Não quero perseguir ninguém dentro do STF, queremos levar a paz e equilíbrio”, acrescentou em discurso na Convenção Interdenominacional em comemoração aos 106 anos de fundação da Assembleia de Deus em Boa Vista, capital de Roraima.

Logo em seguida, o presidente mencionou que Mendonça poderá beneficiar pautas conservadoras dentro do Supremo, ao citar o caso de uma ação movida no STF contra lei estadual de Santa Catarina que obriga bibliotecas públicas a disponibilizarem a bíblia cristã. O argumento da denúncia é o princípio da laicidade do Estado.

Em outro momento, o presidente contou que tem conversado com Mendonça sobre a sabatina no Senado. “Ele sabe das dificuldades, não para passar na sabatina, que passa com nota quase 10. Mas a dificuldade na votação secreta ter seu nome aprovado”, disse.

A análise da indicação de Mendonça ainda não foi agendada pelo senador Davi Alcolumbre, presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. A demora tem provocado atritos na relação de Alcolumbre, ex-aliado do governo, e o chefe do Executivo. No entanto, além de Alcolumbre, Mendonça precisará do apoio de 41 senadores, a maioria absoluta do Senado, para ser nomeado no STF.

Mendonça foi indicado por Bolsonaro em 13 de julho. Desde 3 de agosto, quando os trabalhos no Congresso retornaram do recesso parlamentar, não houve andamento no processo da sabatina.

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