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Anvisa recomenda ampliar restrições para voos vindos da África
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou, neste sábado (27), que o Governo Federal amplie as restrições de chegada de voos e entrada de viajantes que venham de Angola, Malawi, Moçambique e Zâmbia. A sugestão do órgão é para evitar a possível chegada de turistas contaminados com a variante ômicron, na covid-19, no Brasil.
A nova linhagem do Sars-CoV-2, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é preocupante e foi descoberta na África. Nesta sexta-feira, quando a entidade declarou a situação de risco pela nova variante, a Anvisa já havia recomendado ao Governo Federal as restrições a voos e viajantes da África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue.
Logo depois, o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, anunciou em uma rede social que o Brasil fechará, a partir de segunda-feira, as fronteiras aéreas para os seis países da África por causa da nova variante do coronavírus. “Vamos resguardar os brasileiros nessa nova fase da pandemia”, escreveu Nogueira.
Até o momento, no entanto, o Governo Federal não se manifestou sobre a nova recomendação da Anvisa. “A adoção das medidas, contudo, depende de portaria interministerial editada conjuntamente pela Casa Civil, pelo Ministério da Saúde, pelo Ministério da Infraestrutura e pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública“, informou a agência.
Negativa
Apesar do anúncio do fechamento da fronteira para alguns países da Africa, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se mostrou contrário à medida. A apoiadores, Bolsonaro alertou que “uma nova onda de covid-19 está vindo aí” e, em seguida, reforçou o posicionamento contrário às medidas sanitárias para evitar a disseminação do vírus, adotada desde o início da pandemia.
“Não vai adiantar. Não. Pera aí, que loucura é essa? Que loucura é essa? Fechar aeroporto e virus não entra? Ah, pelo amor de Deus. Já tá aqui dentro”, disse o presidente. Horas depois, Bolsonaro ainda afirmou que o Brasil não suportaria um novo lockdown.
Ômicron
A variante ômicron (B.1.1.529) foi descoberta pela primeira vez em países da África. Já há registros de casos em Hong Kong, Israel, Bélgica e Reino Unido. Até o momento, não há registros de casos da nova variante no Brasil.
Temor
Segundo cientistas, a nova variante do coronavírus tem “número extremamente alto” de mutações, favorecendo o registro de novos casos de Covid-19.
Riscos
Dentre as preocupações dos cientistas, está o temor de que algumas das mutações podem ajudar o vírus a ter escape vacinal.
Diferenças
A variante ômicron tem 32 mutações na proteína spike, justamente a parte do vírus utilizada pela maioria das vacinas para preparar o sistema imunológico contra a covid-19.
Transmissão
Não se sabe, ainda, se a nova variante é mais transmissível que a Delta, que surgiu na Índia e já é predominante em Minas Gerais, por exemplo.
Vacinas
O laboratório alemão BioNTech, sócio da Pfizer, informou que em até duas semanas serão conhecidos os resultados dos primeiros estudos que avaliam se a nova variante é capaz de escapar da proteção vacinal.
*Com agências.
Fonte: O tempo