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‘A última coisa que ele me disse foi: me ajuda’, diz mulher de homem negro morto


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Milena Borges Alves, de 43 anos, mulher de João Alberto Silveira Freitas, disse em entrevistas à imprensa que o marido havia feito uma brincadeira com uma atendente do Carrefour antes de ser espancado e morto no estacionamento de um supermercado Carrefour da zona norte de Porto Alegre.

Pela manhã, em entrevista à Rádio Gaúcha, ela disse que o marido teria feito um gesto com a mão para uma funcionária do Carrefour que teria interpretado como uma ofensa ou até uma tentativa de agressão. “Ele simplesmente acenou com a mão. Ele era muito brincalhão, estava sempre brincando”, disse Milena.

Ela contou que estavam passando no caixa quando Freitas disse que já ia descer. Ela pagou as contas e, ao descer a escada rolante, contou que viu dois seguranças passarem correndo. “Quando eu cheguei lá embaixo ele já estava imobilizado. Ai ele pediu: ‘Milena, me ajuda’. Quando eu fui, os seguranças me empurraram. Daí quando eu fui ver e ele já estava morto”, lamentou Milena.

Ela repetiu a história à tarde em entrevista à GloboNews. Disse que viu o marido no chão, sendo contido pelos homens. “Um estava com o joelho no pescoço dele, outro nas costas dele.” Ao ouvir o pedido de socorro do marido, disse que ao tentar ajudá-lo, não a deixaram. “As pessoas começaram a gritar, dizendo que ele tinha ido a óbito, e eles continuaram com os pés e com o joelho em cima dele. Quando tiraram ele já tinha ido à óbito.” Também à GloboNews, ela afirmou que até aquele momento ainda não tinha recebido nenhum apoio por parte do Carrefour.

 

Posicionamento do Carrefour

Em nota, o grupo disse que está tentando contato com a família da vítima “para dar o suporte necessário neste momento difícil”. Também na nota, o grupo afirmou que “todo o resultado de lojas Carrefour no Brasil nesta sexta-feira, 20 de novembro, será revertido para projetos de combate ao racismo no país”. Segundo a empresa, “o valor será destinado de acordo com orientação de entidades reconhecidas na área”. E complementou: “Essa quantia, obviamente, não reduz a perda irreparável de uma vida, mas é um esforço para ajudar a evitar que isso se repita”.

Por fim, a empresa também afirmou. “Reiteramos que, para nós, nenhum tipo de violência e intolerância é admissível, e não aceitamos que situações como estas aconteçam. Estamos profundamente consternados com tudo que ocorreu e acompanharemos os desdobramentos do caso, oferecendo todo suporte para as autoridades locais.”

 

Fonte: O tempo

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