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Voluntário da Coronavac morreu ao ingerir sedativos sem relação com vacina
Um laudo toxicológico de seis páginas finalizado no dia 10 de novembro apontou que o voluntário dos testes da vacina Coronavac, contra a Covid-19 desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantã, morreu por intoxicação aguda causa por agentes químicos. A informação é da GloboNews, que teve acesso ao laudo.
Segundo a rede de TV, o documento não apontou a presença de drogas ilícitas, mas foram encontrados vestígios de álcool e uma grande quantidade de sedativos, incluindo também um analgésico usado em procedimentos cirúrgicos, descrito pela perita responsável como cem vezes mais potente que a morfina.O voluntário tinha 32 anos, era do sexo masculino e morreu no último dia 29 de outubro.
Segundo o Boletim de Ocorrência registrado, a causa aparente foi suícidio, visto que a polícia encontrou ampolas de medicamentos e uma seringa ao lado do corpo.
Relembre
Após a morte do voluntário, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) chegou a suspender os testes da vacina, mas autorizou, na manhã desta quarta, 11, a retomada. O estudo havia sido suspenso na segunda-feira, 9.
Na nota em que anuncia a retomada dos estudos, a Anvisa afimrou que a suspensão foi uma medida de “caráter exclusivamente técnico”, que considerou os dados disponíveis na ocasião e os preceitos científicos e legais que devem nortear as ações da agência, “especialmente o princípio da precaução que prevê a prudência, a cautela decisória quando conhecimento científico não é capaz de afastar a possibilidade de dano”.
A suspensão provocou um mal-estar entre a agência federal e o governo de São Paulo, comandado por João Doria (PSDB), adversário político do presidente Jair Bolsonaro. O Instituto Butantã reclamou da postura da agência de decidir pela suspensão sem esperar esclarecimentos adicionais dos pesquisadores e levantou a hipótese de interferência política na agência, principalmente após Bolsonaro comemorar a pausa dos testes, atribuindo, sem nenhuma evidência, “morte, invalidez e anomalias” à vacina chinesa e dizendo que ganhou de Doria “mais uma vez”.
Após o embate, a agência afirmou ser “importante esclarecer que uma suspensão não significa necessariamente que o produto sob investigação não tenha qualidade, segurança ou eficácia”. De acordo com o órgão federal, a suspensão e retomada de estudos clínicos são eventos comuns em pesquisa clínica e todos os estudos destinados a registro de medicamentos que estão autorizados no país são avaliados previamente pela Anvisa com o objetivo de preservar a segurança para os voluntários do estudo”
Fonte: O tempo