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Rondônia, segunda, 30 de setembro de 2024.




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Semana da Dislexia: custo médio para diagnóstico do transtorno chega a R$ 2 mil


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O início do processo de aprendizagem pode ser difícil para muitas crianças. Algumas, inclusive, não conseguem seguir instruções por escrito, trocam letras, pulam linhas do caderno e até confundem esquerda com direita. O que muitas pessoas não sabem é que esses comportamentos e essas reações nem sempre são sinônimos de preguiça ou falta de inteligência. O problema pode estar relacionado à dislexia, transtorno que apresenta os primeiros sinais ainda na fase de alfabetização. 

A dislexia, de acordo com a Associação Internacional de Dislexia – IDA, sigla em inglês-, é um transtorno específico de aprendizagem de origem neurobiológica, caracterizada por dificuldade no reconhecimento preciso e/ou fluente da palavra, na habilidade de decodificação e em soletração. No Brasil, estima-se que mais de 8,6 milhões de pessoas (cerca de 5% da população) sofram com distúrbio genético. 

Entre os dias 3 e 9 de outubro é celebrada a Semana da Dislexia, inspirada no evento mundialmente reconhecido Dyslexia Awareness Week. Aproveitando a oportunidade, o Instituto ABCD, organização social com o propósito de promover e disseminar projetos que impactem positivamente a vida de pessoas com dislexia, lançou nesta semana um estudo sobre o perfil da dislexia no Brasil, com dados base de 2021.
 
O levantamento mostrou que, para 80% dos pais, a dislexia tem um impacto emocional negativo na vida de seus filhos. Também revelou os reflexos da pandemia, que potencializou as dificuldades de acesso aos serviços de saúde para diagnóstico e tratamento e de educação. Cerca de 85% dos entrevistados relataram não ter recebido orientações no período e 59% afirmaram que não houve adaptação pedagógica durante essa fase.

“A pandemia escancarou as desigualdades no acesso à inclusão escolar. Alunos com dislexia que já apresentam maior vulnerabilidade na aprendizagem ficaram sem adaptações necessárias por mais de um ano. Precisamos planejar com urgência o reforço escolar para essas crianças e adolescentes”, avalia Juliana Amorina, diretora-presidente do Instituto ABCD.

Impactos na renda 

A luta para obter o atendimento adequado e os tratamentos necessários também pesa no bolso das famílias que convivem com pessoas disléxicas. A pesquisa apontou que 34% das famílias precisaram se deslocar de sua cidade natal para outro ponto para fazer os exames. Segundo o estudo, o custo médio da avaliação para a dislexia pode chegar a R$ 1 mil. Entretanto, 47% dos entrevistados gastaram o dobro somente na fase de diagnóstico.

Outro dado relevante é que 30% das crianças foram direcionadas a mais de cinco especialistas para chegar ao diagnóstico final. “Isso acaba gerando desgaste emocional e alto custo, pois considerando a realidade da maioria dos municípios brasileiros, o diagnóstico deveria ser realizado com o apoio de até três profissionais”, enfatiza Juliana. 

O acompanhamento segue o mesmo ritmo: 62% das famílias entrevistadas investem mais de R$ 800 por mês em atendimentos especializados. Os altos gastos impactam diretamente no orçamento familiar, porque de acordo com a pesquisa, das famílias que não conseguem arcar com essa despesa, cerca de 40% têm renda média de R$ 2 mil.

Apoio tecnológico 

Aliada da criança com dislexia, a tecnologia foi recomendada a 43% das famílias após o diagnóstico como recurso para desenvolver a leitura. Entretanto, apenas 2,2% relataram que a orientação foi feita pela equipe pedagógica, demonstrando que os educadores precisam de apoio para incluir alunos com dislexia. Como material de apoio, o Instituto ABCD disponibiliza o EduEdu, aplicativo gratuito de alfabetização e reforço escolar com soluções tecnológicas acessíveis. 

A pesquisa 

O estudo foi realizado pelo Instituto ABCD em parceria com a Cisco e o Instituto IT Mídia entre 9 de junho e 7 de julho de 2021. O levantamento ouviu 304 participantes de 20 estados brasileiros. 

Fonte: O tempo

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