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Rondônia, quinta, 10 de outubro de 2024.




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Sem dinheiro, UFMG tem obras paradas desde 2016 e precisa de R$ 30 milhões


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Sob forte impacto das reduções orçamentárias ocorridas nos últimos anos, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) tem três obras paralisadas desde 2016 por falta de recursos para bancar as manutenções. As pendências estão na Escola de Música e em duas unidades administrativas da instituição. A estimativa é de que R$ 30 milhões sejam necessários para custear as reformas, segundo a reitora Sandra Regina Goulart Almeida. 

Em entrevista à reportagem de O TEMPO, ela reforçou a situação de dificuldade financeira vivenciada pela universidade que já contabiliza um déficit de 1.200 servidores e tem dificuldades de manter manutenções básicas na infraestrutura. Nesta terça-feira, inclusive, uma equipe técnica da UFMG identificou a necessidade de reformas na Biblioteca Central, no Campus Pampulha, Vistorias da Defesa Civil de Belo Horizonte e de professores dos departamentos de Engenharia de Estruturas e de Materiais de Construção constataram danos estruturais no prédio. 

Além do desgaste na biblioteca, as dificuldades da UFMG são evidenciadas em números. Desde 2016, sob impacto do teto de gastos públicos e cortes do governo federal, o orçamento direcionado para a manutenção do quadro de pessoal praticamente não teve aumento. Por outro lado, a verba discricionária, que é empenhada nos gastos com manutenção de infraestrutura, custeio de bolsas, financiamento de pesquisas e assistência social sofreu um corte de 45%. 

No período, a receita despencou de R$ 349 milhões em 2016, para R$ 192 milhões em 2022, conforme painel da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). “O impacto enorme desses custos é na infraestrutura da nossa universidade. É onde a gente teve o maior corte. Nos últimos anos a UFMG perdeu 80% do seu orçamento que vinha justamente para o que a gente chama de capital investimento, que é o que vamos investir em obras, equipamentos”, atestou Goulart. 

Conforme a reitora, além das três obras que seguem paralisadas e sem previsão de retomada, a UFMG conseguiu recentemente reiniciar as intervenções em um anexo da Escola de Belas Artes. “A gente não tem conseguido retomar as obras no ritmo que a gente gostaria. Nós temos alguns laboratórios que estão defasados, aparelhos que a gente precisaria adquirir ou manter a manutenção dos aparelhos”, acrescentou Sandra. 

De um pacote de sete obras planejadas desde 2015, a universidade só conseguiu finalizar três. “Eu diria que precisaríamos de pelo menos R$ 30 milhões para retomar essas obras paralisadas. A gente ainda não atualizou os orçamentos, mas com certeza o valor é esse ou até mais que isso. Fora as outras obras que a gente deveria estar começando em termos de infraestrutura”, lamentou a reitora. 

Procurados, os Ministérios da Educação e Economia não se pronunciaram sobre a a situação orçamentária da UFMG até a publicação desta matéria. Tão logo o posicionamento for enviado, o texto será atualizado.

Biblioteca em xeque 

Com funcionamento aquém do esperado pela falta de funcionários para suprir a demanda nos três turnos, a Biblioteca Central da UFMG faz parte da lista de instalações que precisam de manutenções estruturais. Nesta terça-feira (11), a Defesa Civil de Belo Horizonte vistoriou e constatou danos estruturais ao prédio, mas sem risco de desabamento ou necessidade de interdição da construção. 

Uma equipe técnica da UFMG com suporte de professores dos departamentos de Engenharia de Estruturas e de Materiais de Construção da Escola de Engenharia também fez uma inspeção no local. O grupo indicou a necessidade de se formular um plano de correção de parte da sua estrutura de concreto armado.

Em um documento feito pela equipe técnica da UFMG são relatados problemas diversos que vão desde patologia em pilares, infiltrações até problemas na laje. De acordo com a assessoria de imprensa da UFMG, a Defesa Civil orientou a contratação de uma empresa especializada em projetos de recuperação da estrutura de concreto armado e a realização da obra de recuperação.

Segundo a universidade, a obra deve durar de três a quatro meses. “Para isso, será necessário efetuar, temporariamente, a remoção de equipes de três órgãos que trabalham em ala do prédio afetada diretamente pelas intervenções. A maior parte das atividades da Biblioteca Universitária, no entanto, continuarão sendo realizadas normalmente no próprio prédio”, conclui a nota da UFMG. 

Fonte: O tempo

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