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Revolução do Churrasco: de onde vem a carne que você come?
Hoje (30), às 19h, estreia a série Revolução do Churrasco, nas redes sociais da EXAME e EXAME Estilo de Vida.
Já no primeiro episódio, a jornalista Paty Moraes Nobre, criadora e apresentadora do programa, questiona o público: você já se perguntou de onde vem a carne que você come?
O programa indica que refletir sobre a procedência da carne é o primeiro passo para um consumo mais consciente, que leva a uma produção mais responsável em busca de níveis de qualidade cada vez maiores.
Muita carne, mas e a qualidade?
Os números da pecuária de corte no Brasil são estratosféricos: o País tem cerca de 210 milhões de cabeças de gado e, por ano, são vendidas mais de dez milhões de toneladas de carne bovina, o que dá, em média, 42kg para cada brasileiro. É claro que consumimos muito, mas, nesse caso, quantidade não é qualidade.
Para falarmos sobre qualidade, precisamos ir até onde tudo começa: a fazenda. É na fazenda que está a garantia de sabor, maciez e suculência do nosso churrasco.
O zootecnista e criador da marca 481, Marcelo Shimbo, parceiro da série Revolução do Churrasco, responde a cinco perguntas enviadas por leitores.
1. Quais são as raças mais comuns na pecuária de corte?
Podemos agrupar as raças em três grandes grupos: zebuínas, continentais e britânicas.
As zebuínas (Nelore, por exemplo) têm origem na Índia e têm uma característica própria, que é a presença do cupim. Esses animais correspondem a 95% da população de gado no Brasil porque são resistentes ao clima quente e se adaptaram muito bem ao sistema de criação extensiva daqui. No entanto, não é a raça que apresenta carne muito macia, especialmente nos cortes ancho e chorizo.
Já as continentais (Limousin, por exemplo), que foram originadas na França, Itália e Bélgica, serviram como animais de tração e são mais musculosos. A carne dessas raças costuma ter pouca gordura, apesar de macia. Por isso, não são muito indicadas para o churrasco porque podem ficar mais secas. As mais indicadas são as raças do terceiro grupo, chamadas de britânicas (Angus, por exemplo), com origem na Escócia. A carne desses animais é extremamente macia e o marmoreio, gordura entremeada, é perfeito para o churrasco.
2. O sexo do animal interfere na carne?
Os machos têm um ganho de massa muscular muito maior do que as fêmeas. Em contrapartida, as fêmeas têm mais gordura e a carcaça fica pronta mais rapidamente, produzindo, muitas vezes, carne de melhor qualidade se a ideia é fazer churrasco.
3. Como os animais são criados e alimentados?
No confinamento, a dieta é específica, com todos os nutrientes que o animal deveria receber. No pasto, muitas vezes, por seca ou pouca produção de pastagem, os nutrientes são poucos ou inexistentes. Por isso, o ideal é deixá-lo na pastagem e levá-lo para o confinamento na etapa final da engorda.
4. Em quanto tempo ocorre o abate?
Via de regra, o abate das raças britânicas ocorre em 16 meses, no caso de animais precoces, ou de 24 a 30 meses, no caso de animais mais maduros.
5. Existe alguma novidade na criação brasileira?
Além da melhoria na nutrição dos animais, o que tem melhorado a qualidade da carne no Brasil é o cruzamento das raças Nelore, que é a base do nosso rebanho, com as raças britânicas como o Angus.
Brasil do topo da lista, e daí?
Mesmo estando no topo da lista dos maiores exportadores de carne do mundo, o Brasil ainda não está totalmente focado em produzir a melhor carne do mundo. Os processos de certificação, necessários para o cumprimento dos protocolos sanitários, não são suficientes para exigir uma qualidade melhor desde a origem.
Como apreciador do bom churrasco, o consumidor pode exigir muito mais.
A verdadeira revolução
A verdadeira revolução está em comprar de marcas que verifiquem onde e como o alimento é produzido, cuidando do processo de seleção dos melhores cortes de carne no Brasil e no mundo. Por isso, é cada vez mais necessário saber que existe uma marca como a 481, por exemplo, que faz exatamente isso.
Compartilhe essas informações com os amigos. Mande suas dúvidas e sugestões. Revolução a gente faz assim, juntos!
Fonte: Exame