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Rondônia, sábado, 28 de setembro de 2024.




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Racismo: Assessor de Bolsonaro, Felipe Martins vira réu após gesto supremacista


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Felipe Martins, assessor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para assuntos internacionais virou réu por crime de racismo, após ser denunciado no último dia 8 pelo Ministério Público Federal (MPF) por fazer um gesto ligado a movimentos suprematistas brancos durante uma sessão no Senado em 24 de março. 

A denúncia foi aceita nessa terça-feira (22) pelo juiz federal Marcus Vinicius Reis Bastos, da 12ª Vara de Justiça Federal do Distrito Federal. O texto apresentado pelo MPF se baseou em informações levantadas em inquérito conduzido pela Polícia Legislativa do Congresso, e “se fez acompanhar de documentos que lhe conferem verossimilhança”, pontuou o magistrado. Ele citou, além do relatório, um laudo pericial e vídeos da cena.

Felipe Martins responderá por prática e indução à discriminação e ao preconceito de raça. Ele pode ser condenado à reclusão em regime fechado, multa mínima de R$ 30 mil e exoneração do cargo público que atualmente ocupa. 

“[Martins] efetuou, por duas vezes, com a mão direita, gesto de mão popularmente conhecido como sinal de ‘OK’- o referido gesto pode ser descrito como a união do polegar ao indicador e a extensão dos outros três dedos –, mas que nos últimos anos foi apropriado por grupos extremistas brancos, para identificar seus apoiadores e simbolizar a supremacia da raça branca sobre as demais”, narra a denúncia do MPF.

O gesto, defendem os três procuradores que assinaram o texto, procurou reproduzir as letras “W”e “P”, que fazem referência ao lema racista “White Power”, em países de língua inglesa, mas especificamente à grupos neonazistas e neofascistas que se organizam pela internet por todo o mundo.

À época, Felipe Martins disse que estava ajeitando o terno, que tinha um microfone de lapela atrelado. “No entanto, as imagens de vídeo captadas durante a sessão e analisadas detidamente no inquérito policial revelam que o gesto do denunciado foi realizado de forma completamente inusual e antinatural, e deixam evidente que não teve o intuito de ajustar a roupa”, rebate a denúncia. A perícia feita no vídeo acusou, ainda, que o assessor do presidente usou o celular segundos antes em ambas ocasiões, como se trocasse mensagens com alguém. 

Discípulo de Olavo de Carvalho, autointitulado “filósofo” do bolsonarismo, Felipe Martins teve uma série de publicações no perfil de Twitter que mantém anexadas à denúncia, com diversas referências “a ideias, emblemas e símbolos relacionados a movimentos de extrema direita ou que demonstram ter uma visão messiânica em relação ao governo”.

Fonte: O tempo

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