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Rondônia, sexta, 20 de setembro de 2024.




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Quiet Quitting: 4 fatores que antecedem o pedido demissão


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Por Danielle Calheiros*

 

O ano de 2022 ainda nem acabou e já estamos vivendo o maior número de pedidos de demissão dos últimos oito anos, de acordo com os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

Este, inclusive, é o reflexo de um fenômeno que vem desafiando companhias mundo afora: quiet quitting (demissão silenciosa). Não que os adeptos ao movimento tenham como objetivo a demissão, mas o equilíbrio entre a realização pessoal, saúde mental e vida profissional estão entre as principais motivações de quem decide se desligar das empresas de forma voluntária.

Seja por desalinhamento de expectativas, insatisfações gerais, cenário inseguro, trabalho remoto, híbrido ou presencial, transição de carreira ou até uma inesperada proposta de trabalho, provavelmente você já deve ter se perguntado: qual o momento certo para pedir demissão do emprego?

Afinal, existe alguma forma de identificar que está na hora de fechar o ciclo?

A resposta está na avaliação do cenário como um todo e principalmente nas prioridades que você determina.

Ao longo do processo entre a tomada de decisão definitiva e os primeiros sinais de que está na hora de deixar o emprego atual, existem fatores relevantes. Ninguém acorda de um dia para o outro disposto a deixar um histórico para trás, por mais curto que seja. É preciso ter atenção em todo contexto e entender quais gatilhos podem influenciar a chegada desse momento.

  1. Saúde mental e emocional

O primeiro, sem dúvidas, é o conjunto que engloba a saúde mental e as emoções que o trabalho proporciona. Muitas vezes, ainda que as tarefas sejam feitas com prazer, o ambiente/cultura e o estilo de liderança da empresa podem adoecer qualquer profissional.

Aqui, cabe também avaliar as suas motivações e os principais desafios: o que te faz trabalhar? Por que escolheu essa empresa e área de atuação? Para auxiliar na visibilidade, você pode, por exemplo, escrever tópicos das conquistas, reconhecimentos e projetos interessantes que teve espaço para iniciar e concretizar seu desenvolvimento profissional (ou até mesmo pessoal).

  1. Trabalho presencial ou em home office

Se você é do tipo de pessoa que se adaptou, tem mais produtividade e criou uma rotina mais saudável diante do modelo de trabalho home office, esse também é um aspecto importante a ser avaliado. Muitas empresas estão retomando o modelo presencial de forma obrigatória e esquecendo que as pessoas mudaram suas estruturas para abraçar o trabalho remoto.

Por outro lado, algumas companhias acabaram se desvinculando de uma estrutura física durante a pandemia. Então, o mesmo vale para quem não se sente confortável com o remoto e prefere o presencial.

Por falar em pandemia, vimos um pico de contratações para determinados setores e áreas em 2020, que não se sustentaram com o tempo e acabaram deixando empresas comprometidas financeiramente. Para quem teve a oportunidade de manter seu emprego durante os “temidos” layoffs que ocorreram nas startups recentemente, cabe avaliar minuciosamente a disposição em viver um dia de cada vez, oferecendo o melhor sem esperar uma colheita farta até que o cenário se restabeleça.

  1. Propósito e liderança

Nunca se falou tanto sobre a importância da postura dos líderes para conduzir times e oferecer um ambiente saudável para as pessoas trabalharem e se desenvolverem, afinal, é a liderança direta que costuma fazer parte das rotinas diárias, direcionar e oferecer feedbacks, mas se não fizer sentido para quem está recebendo, tudo parece perdido. Essa sensação pode gerar um gatilho de que todo trabalho está sendo em vão.

Independente do fator geracional, o ser humano precisa de propósitos para levar qualquer ação à diante. Entender o começo, meio e fim, no sentido de completude é o que provavelmente te move para realizar esforços, enquanto apenas girar uma chave na mesma direção, sem que ela te leve a abrir nenhuma porta, em algum momento irá pesar.

Esse aspecto é sem dúvidas o mais crucial na tomada de decisão do melhor momento para virar a página e construir uma nova história.

  1. Novas oportunidades

Quando falamos de uma nova oportunidade recebida, cabe colocar na balança além do que foi ofertado em termos de cargo, as perspectivas de crescimento da empresa, de acordo com o segmento e projeção de mercado. Aqui também vale fazer anotações em “colunas”, de um lado os prós e do outro os contras para ajudar a visualizar se de fato é o momento de partir para o novo desafio.

Independentemente do cenário que o fez chegar até esse momento, para torná-lo menos difícil, é importante relembrar e refletir quais foram os principais motivos que despertaram interesse na mudança, bem como colocar suas necessidades sejam de qualidade de vida e saúde ou de carreira à frente da escolha.

 

*Danielle Calheiros é psicóloga, pós-graduada em recursos humanos e liderança, com 12 anos de atuação na área de recrutamento e seleção

 

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Fonte: Exame

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