Conectado por
Rondônia, quinta, 03 de outubro de 2024.




Nacional

Pressionado por ‘efeito Marçal’, Nunes anuncia coronel da Rota como vice nesta sexta


Compartilhe:

Publicado por

em

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) vai anunciar nesta sexta-feira o coronel aposentado da Polícia Militar Ricardo de Mello Araújo, indicado por Jair Bolsonaro, como seu vice na chapa de reeleição à prefeitura de São Paulo.

O anúncio será feito durante uma agenda conjunta de Nunes com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) para anunciar a extensão da Linha 5 (Lilás) do metrô até o Jardim Ângela. Há também a expectativa de que o presidente da Câmara Municipal, Milton Leite (União Brasil), participe do evento.

Contexto da Escolha

Na quarta-feira, em um jantar organizado pelo governador Tarcísio de Freitas, os partidos que apoiam o emedebista fecharam que a indicação seria do PL, mas houve discussões sobre qual o melhor nome. As vereadoras Sonaira Fernandes e Rute Costa, a delegada Raquel Galinatti e a ex-deputada federal Zulaiê Cobra foram algumas das sugestões, mas Araújo, por ter o aval de Bolsonaro, prevaleceu.

A escolha do vice vinha sendo adiada por Nunes, que argumentava ser necessária uma negociação entre todos os partidos de sua base. Desde janeiro, o ex-presidente Bolsonaro insistia no nome de Mello Araújo, ex-comandante da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) e ex-presidente da Ceagesp. Mas foi a chegada de Pablo Marçal (PRTB) na disputa que mudou o cenário.

Pressão do ‘Efeito Marçal’

A possibilidade do coach angariar uma parcela dos votos do eleitorado de direita foi usada como argumento de Bolsonaro e seu entorno para pressionar por uma sinalização mais explícita de que o prefeito está alinhado ao bolsonarismo. A indicação do vice sugerido pelo ex-chefe do Executivo nacional seria esse sinal. Há duas semanas, Marçal foi até Brasília, reuniu-se com Bolsonaro e publicou uma foto nas redes sociais. Para o entorno do ex-presidente, o registro foi uma forma de pressionar Nunes a acertar a questão do vice com mais rapidez, e deu resultado.

Apoio e Resistências

Nos últimos dias, a movimentação ficou acelerada e Tarcísio entrou em campo para ajudar nas negociações. Na semana passada, o governador mudou o discurso ao dizer que estava “fechado com Bolsonaro” ao endossar Mello Araújo para a chapa do prefeito. Foi Tarcísio quem convocou o jantar no Palácio dos Bandeirantes e convidou as siglas para uma conversa definitiva, além de estar em diálogo com Bolsonaro e Valdemar Costa Neto, do PL, para aparar eventuais arestas.

São Paulo já foi governada por vices em várias ocasiões, como em 2006, quando José Serra deixou a posição para Gilberto Kassab (PSD), e em 2018, quando Bruno Covas (PSDB) assumiu após João Doria deixar a prefeitura.

Desafios e Estratégias

O discurso oficial de Nunes na demora para anunciar o vice é de que ele não aceitaria “imposição” de ninguém, diferentemente de seu adversário Guilherme Boulos (PSOL). Entretanto, Nunes tem reforçado a “frente ampla” que montou, agregando tanto partidos da direita quanto de centro, e há receio de que um vice aliado de Bolsonaro possa afetar seu desempenho no segundo grupo.

Nunes não cultiva uma relação próxima com Araújo, e os dois haviam se encontrado poucas vezes. Outro fator considerado é que a chegada de um ex-Rota na chapa possa trazer à baila com mais força o tema da segurança pública, que é uma seara que o prefeito busca evitar em seus discursos.

A escolha de um bolsonarista convicto como vice de Nunes é vista como boa notícia para os adversários. A pré-campanha de Tabata Amaral (PSB) acredita que isso poderia afastar parte do eleitorado de centro que o prefeito tem, que ela poderia angariar. Já para Boulos, é uma chance de trazer para o debate críticas mais contundentes ao ex-presidente e colar em Nunes a pecha de bolsonarista.

Entre os partidos que apoiam Nunes, também houve objeções. Inicialmente, integrantes do PP se posicionaram contra, mas chegaram a um consenso. O União Brasil, entretanto, foi a sigla mais contrária à aliança, pois esperava a chance de indicar o nome. O vereador Milton Leite, principal liderança da legenda em São Paulo, participou por telefone. Leite tem dito que estará com o prefeito em qualquer cenário, mas a sigla tem Kim Kataguiri (União-SP) como pré-candidato e abriu diálogo com Marçal nos últimos dias.

Fonte: Exame

Publicidade
QUEIMADAS - GOVERNO RO

Mais notícias

Compartilhe: