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Partidos já definem Líderes no Senado antes da eleição da Mesa
O Senado Federal volta às atividades legislativas na próxima quarta-feira, 1º de fevereiro, com a posse dos 27 senadores eleitos em outubro (um terço das 81 cadeiras disponíveis). Junto com os novos parlamentares, mudanças são esperadas na organização da Casa, com as lideranças de bancada renovadas. Líderes de cada sigla ou bloco parlamentar orientam a atuação de seus representantes, e têm direito a funcionários e estrutura própria para exercer a função, além do previsto para os gabinetes individuais, entre outras vantagens para cumprir os comandos em plenário.
Logo após a posse, os senadores vão eleger a Mesa Diretora da Casa. A disputa pela presidência já tem três candidatos: o atual titular, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), seu principal adversário na disputa, Rogério Marinho (PL-RN) e o senador Eduardo Girão (Podemos-CE). Como mostrou o placar do Estadão, Pacheco já reúne o apoio declarado de 22 parlamentares, enquanto Marinho tem 13. Girão tem apenas seu voto próprio.
Na última eleição, em 2020, Pacheco era o candidato do ex-presidente Jair Bolsonaro para comandar o Senado e, consequentemente, o Congresso. Hoje, porém, o nome defendido pelo atual partido do ex-chefe do Executivo é o de Marinho, e Pacheco tem o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na Câmara, que também terá nova composição, a tendência é pela reeleição de Arthur Lira (PP-AL) à presidência da Casa, com apoio tanto de aliados de Lula quanto de Bolsonaro.
Confira as lideranças já definidas pelos partidos no Senado:
Partido Socialista Brasileiro (PSB)
O senador Jorge Kajuru (GO) foi eleito pela bancada como o novo líder do PSB no Senado. O parlamentar, que era filiado ao Podemos e anunciou retorno ao PSB, compartilhou o anúncio em sua rede social. “Ser líder no Senado mais uma vez é um privilégio pra fazer um melhor mandato”, disse Kajuru nesta terça-feira, 24. Além dele, a bancada do PSB no Senado irá contar com a senadora Ana Paula Lobato (MA), suplente do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, na vice-liderança.
Kajuru foi escolhido senador por Goiás nas eleições de 2018, quando obteve 1,5 milhão votos pelo PRP. O parlamentar, que se destacou como jornalista esportivo, passou por quatro partidos diferentes desde que assumiu sua cadeira na casa legislativa – filiou-se ao PSB, Patriota, Cidadania, Podemos e, retornou recentemente ao PSB.
Nas redes sociais, o perfil oficial do PSB também se manifestou. De acordo com a legenda, ao assinar a ficha de filiação à sigla, o senador “destacou a postura ética do PSB para justificar seu retorno às fileiras socialistas”.
Partido dos Trabalhadores (PT)
A bancada do PT será liderada por Fabiano Contarato (ES) durante o ano de 2023. A decisão foi divulgada na semana passada. Em uma rede social, Contarato agradeceu a confiança dos companheiros de sigla. “Trabalharei incansavelmente para que o governo do presidente Lula seja vitorioso nas decisões da Casa e consigamos promover justiça social, emprego, saúde, educação e segurança para nosso povo voltar a ser feliz de novo!”, disse.
Aos 56 anos, Fabiano Contarato é senador pelo Espírito Santo para o mandato (2019-2027). Disputou um cargo público pela primeira vez em 2018. Delegado da Polícia Civil, o parlamentar também já atuou como Diretor-Geral do Departamento Estadual de Trânsito (Detran/ES) e Corregedor-Geral do governo do Estado do Espírito Santo, na Secretaria de Estado de Controle e Transparência (SECONT/ ES).
O Partido dos Trabalhadores inicia o ano legislativo de 2023 com 8 senadores, um a mais do que na legislatura anterior.
Cidadania
Com apenas um membro do partido no Senado Federal para a próxima legislatura, a senadora Eliziane Gama (MA) irá permanecer como líder da bancada do Cidadania. A parlamentar, que se destacou representando a bancada feminina durante a CPI da Covid, foi eleita nas eleições de 2018 com 1,5 milhão votos.
Em 2000, Eliziane foi candidata pela primeira vez a um cargo político, quando disputou e foi eleita para uma vaga de deputada na Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão. Nas eleições seguintes, ela se reelegeu. Em 2014, foi eleita deputada federal com 133 mil votos.
Podemos
A liderança da bancada do Podemos no Senado Federal será mantida com Oriovisto Guimarães (PR). Após a fusão com o PSC, o partido irá contar com 7 representantes na casa legislativa – uma menos do que antes das eleições de 2022.
Aos 77 anos, Guimarães foi disputar seu primeiro cargo público nas eleições de 2018, quando conquistou uma vaga no Senado pelo Estado do Paraná, com 2,9 milhões de votos. Na época, ficou conhecido por ter sido o senador eleito mais rico do Brasil naquela disputa – sua declaração de patrimônio ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi de aproximadamente R$ 240 milhões.
Movimento Democrático Brasileiro (MDB)
A bancada do MBD no Senado Federal será liderada pelo senador Eduardo Braga (AM). A decisão pelo nome do parlamentar foi tomada ainda no final de 2022 de forma unânime pela bancada. A sigla irá contar com 9 senadores para o ano legislativo de 2023 – três a menos da quantidade que tinha antes da eleição de outubro.
Braga possui uma lista extensa de cargos públicos. O parlamentar iniciou sua carreira política aos 21 anos, quando conquistou uma cadeira para ser vereador de Manaus, e logo assumiu mandatos como deputado estadual no Amazonas (1987-1991) e como deputado federal (1991-1993). Foi prefeito e vice-prefeito de Manaus, governador do Estado e atuou como ministro de Minas e Energia durante o segundo mandato da ex-presidente Dilma Rousseff.
O Estadão entrou em contato com os outros partidos representados no Senado Federal, mas não obteve retorno até a publicação da reportagem.
Fonte: Exame