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Rondônia, quinta, 10 de outubro de 2024.




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Orbán vence eleição na Hungria apesar de frente ampla da oposição


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O partido do ultraconservador primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, obteve maioria nas eleições legislativas no país realizadas neste domingo, 3, e chega a um quarto mandato seguido.

O partido de Orbán, o nacionalista-conservador Fidesz, disputou contra uma “frente ampla” da oposição, um bolo dos seis maiores partidos do país que vai da esquerda à direita e tem o conservador Péter Márki-Zay como candidato.

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No cargo desde 2010 (e, antes disso, entre 1998 e 2002), Orbán tem sido questionado a cada ano por enfraquecer instituições, sequestrar o sistema judiciário a seu favor e usar a máquina pública e a imprensa alinhada ao governo para esmagar o espaço da oposição.

Com 43% das urnas apuradas, o Fidesz de Orbán tem 57% dos votos contra 31% da oposição.

Resultados preliminares mostram que o partido de Orbán deve ter 135 cadeiras do Parlamento de 199 parlamentares, enquanto a oposição unificada teria conseguido 57 cadeiras.

O premiê tem embasado sua plataforma em uma rivalidade com a União Europeia – da qual a Hungria faz parte -, e citou Bruxelas, sede europeia, ao declarar vitória neste domingo.

“Tivemos uma vitória tão grande que você pode vê-la da lua, e com certeza pode vê-la de Bruxelas”, disse.

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  • Havia a expectativa de que a oposição conseguisse mais cadeiras e a vitória de Orban fosse mais apertada do que o resultado deste domingo, colocando o Fidesz mais longe dos dois terços do Parlamento que teve nas eleições anteriores, em 2010, 2014 e 2018 e que lhe permitiram mudar a Constituição do país e diversas leis. No entanto, com os resultados, Orbán segue tendo uma maioria larga.

    Mesmo com a frente única de oposição nesta eleição, o governo Orbán construiu ao longo dos anos uma série de estruturas que o permitem se manter com alta popularidade, como mostrou a EXAME em reportagem na última semana.

    Há temor de que o espaço da oposição fique cada vez mais reduzido nos próximos anos, assim como violações crescentes contra minorias, como a população LGBTQIA+, e a retórica anti-União Europeia.

    Márki-Zay, escolhido como o candidato de oposição, reconheceu a derrota na noite deste domingo. Ele é um político do interior húngaro (onde Orbán tem mais apoio), religioso, pai de sete filhos e visto como conservador, uma forma de a oposição tentar fazer frente a Orbán.

    A coalizão que o apoiou tem os seis maiores partidos da Hungria, da esquerda à direita, e disse que seu objetivo era “redemocratizar” a Hungria. 

    A Hungria pode ainda ampliar seu isolamento com nova vitória de Orbán, em meio às desavenças entre o premiê húngaro e Bruxelas.

    Na esfera internacional, a guerra na Ucrânia traz outra frente de discussão. Orbán, que é relativamente próximo do presidente russo, Vladimir Putin, tem tentado se portar como ator “neutro” frente à guerra.

    A postura gerou críticas até mesmo de aliados, como a Polônia, também governada pelo ultraconservador partido Lei e Justiça. Países vizinhos, como Polônia e República Tcheca, cancelaram uma visita a Budapeste diante da posição de Orbán na guerra na Ucrânia.

    Orbán foi visitado em fevereiro pelo presidente brasileiro Jair Bolsonaro, que classificou o premiê húngaro como um “irmão”. A visita do presidente brasileiro à Hungria antecedeu também viagem à Rússia, quando Bolsonaro se encontrou com o presidente Vladimir Putin.

    Fonte: Exame

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