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Rondônia, domingo, 06 de outubro de 2024.




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O que minha empresa tem a ver com o open finance do novo petróleo


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Por Bruno Moura*

O brasileiro tradicionalmente é um povo que  aceita com facilidade novas tecnologias, principalmente quando se trata de inovações voltadas ao setor financeiro. Exemplos disso não nos faltam!

O Pix, por exemplo, revolucionou o comportamento das pessoas no que diz respeito a transações bancárias e esse é um movimento irreversível, afinal, quem nunca ouviu: é só fazer um Pix! Como se esse fosse um termo utilizado há décadas e hoje, não conseguimos imaginar como vivíamos sem esse método de pagamento.

Com o Open Finance não será diferente! Obviamente como o Open Finance ainda não traz resultados imediatos para o consumidor comparado a uma transação instantânea, a catequização para compartilhamento de dados é uma das missões do ecossistema, com objetivo de popularizar o serviço, fazer com que as pessoas reconheçam o termo, consigam se adaptar e entender principalmente entender bem conceitos como:

1 – Meus dados são apenas meus, são minha propriedade e não das empresas! Então forneço eles para quem eu quiser!

2 – Sei quem tem acesso aos meus dados, dei meu consentimento e a qualquer momento posso não autorizar com que eles sejam compartilhados.

Visto todo esse engajamento e aceitação desse novo modelo de compartilhamento de dados, o que as empresas poderão fazer com o “Novo Petróleo” que até então era explorado apenas pelos grandes bancos e financeiras? Como fazer com que toda a experiência de usuário e de consentimento além da coleta de dados traga retornos financeiros para as empresas e melhores ofertas e serviços para os usuários?

De fato, o processo de ciência de dados aplicado às coletas feitas através do Open Finance é fator preponderante para o sucesso do ecossistema, isso porque apesar de ser “open” e do Open Banking propor a padronização de APIs, os dados advindos das transações financeira não são e não serão padronizados. Isso fará com que cada instituição compartilhe as transações com nomenclaturas específicas, sem padrão e com particularidades que são tidas como “segredo de negócios”, ou você nunca reparou que a descrição de um débito de seu extrato bancário ou de cartão de crédito dos bancos são descritas de maneiras diferentes em cada um dos bancos?

Acredito que o desafio do Open Finance não será a “catequização” do consumidor para coleta do consentimento para utilização de suas informações, ou a disponibilização de APIs reguladas no mercado, mas sim, como fazer o “petróleo” de dados virar “gasolina” para mover toda a engrenagem do sistema financeiro.

Para isso, as instituições financeiras, bancos e fintechs precisarão investir em soluções de inteligência analítica que acelerem o processo de transformação dos dados brutos em informações relevantes, dessa forma, será possível ter subsídios para melhorarem suas decisões, produtos e serviços.

Ressalto que tal investimento só irá gerar resultados de curto e médio prazo, se for feito com soluções e empresas de inteligência que já aprenderam a ler transações financeiras, mesmo antes do Open Banking ganhar espaço no mercado. Entendo que as empresas que se adiantaram e já coletaram dados financeiros com tecnologia proprietária e ferramentas de gestão financeira (famosos PFMs), estão à frente no processo e podem colaborar para que as instituições financeiras e bancos consigam gerir melhor seus processos e tomar decisões mais assertivas.

Digo isso, pois, para todo o processo de inteligência atrelado a transações bancárias é necessário aprender com os dados das diversas instituições e com diversas conexões e usuários diferentes e isso leva tempo e como sabemos, as empresas não estão dispostas a esperar para criar processos de diferenciação e obter resultados relevantes..

Depender apenas do processo de coleta recente de dados para gerar inteligência, poderá fazer com que todo o “petróleo” extraído nesse momento seja inútil para aplicação no curto e médio prazo e só fará com que as empresas se decepcionem com os resultados obtidos, sendo cobaias de uma operação de aprendizado onde tempo e investimento são escassos.

Lembro aqui que qualquer inteligência aplicada deverá seguir a linha estratégica das empresas, porém entendo que o foco deve ser sempre impactar positivamente o relacionamento da instituição com o consumidor final, desenvolvendo assim um ecossistema financeiro cada vez mais consciente, competitivo e saudável.

*Bruno Moura é diretor de negócios da Klavi

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Fonte: Exame

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